Pescador pede ajuda e é resgatado no cais do Porto de Paranaguá 20/12/2019 - 15:10
Equipes da Guarda Portuária e da Diretoria de Operações (Dioport) da Portos do Paraná atenderam uma ocorrência um tanto quanto inusitada, nesta sexta-feira (20). No final da manhã, eles resgataram um senhor de 68 anos, que teve problemas na embarcação. Para não ficar à deriva, o homem acabou acostando entre os navios que estavam nos berços 213 e 214, no Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá.
Uma viatura da Guarda fazia a ronda, quando recebeu o aviso e pedido de socorro. “Minha prioridade era imediatamente salvar aquela vida. Então, logo pedi para ele subir no cais, pela escada. Ele subiu e contou que estava com a embarcação quebrada e ficou com medo de ir remando até seu destino“, conta o guarda Elias do Santos.
Elias imediatamente informou a chefia da Unidade Administrativa de Segurança Portuária (UASP), que acionou a Operação. “Isso vai ficar para sempre no meu coração e na minha vida. Estamos perto do Natal e uma situação como essa, nesta data, toca demais. Estou muito contente com meu trabalho e comigo mesmo”, desabafa, o guarda.
O portuário Willian Cesar Kesseli e o chefe da Seção de Execução Operacional, Fernando Pinheiro Dias, foram até o local. A equipe da Dioport pediu auxílio a uma das empresas que atuam com lanchas no apoio às operações portuárias, para fazer o resgate e reboque da embarcação. Enquanto isso, no cais, o pescador aguardava com eles.
Os senhor passava bem e não apresentava nenhuma queixa, dispensando atendimento da ambulância ou de atendimento médico.
“Quando cheguei lá e encontrei aquele senhor, doce e simples, a situação me transportou para minha infância. Um senhor com a pele curtida, de anos de sol; um homem do mar. Não tem preço poder participar de uma ação como essa. Ele, de semblante calmo, nos agradeceu como se fôssemos heróis. O dia teve outro sentido”, comenta Willian.
O senhor conta que é pescador, morador da Vila Fátima, no Canal do Varadouro, próximo da divisa entre Paraná e São Paulo. Ele estava na casa de uma filha, na Ilha dos Valadares, em Paranaguá, quando resolveu ir até a Vila Primavera, no rio Emboguaçu, visitar o pai que tem 98 anos.
Próximo ao Porto, a embarcação do pescador apresentou problemas. Para não ficar em alto mar, ele resolveu encostar no cais e pedir socorro. O senhor e a embarcação foram levados novamente aos Valadares, pela lancha de apoio portuário da empresa Lunamar.
“Eu me senti muito feliz em prestar auxílio a esse marujo. Foi como auxiliar um ente querido. Não vamos esquecer essa operação e esse contato”, diz Fernando. Ele, que também gosta de pescar, se lembrou do avô Bornejo, a quem homenageou dando nome ao próprio barco. “Situação como essa que enfrentou o senhor aqui, hoje, qualquer um de nós, que pescamos, pode enfrentar. Aqui entre nós, poder ajudar esse senhor me fez lembrar do meu avô. Senti muita saudade”, se emociona Fernando.