Appa amplia discussão do PDZPO com a comunidade 27/06/2012 - 17:20

Pela primeira vez, crescimento do Porto de Paranaguá é planejado levando em conta não apenas questões técnicas e econômicas, mas principalmente meio ambiente e a cidade

   Nesta quarta-feira (27), o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino, e representantes do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) receberam a imprensa para detalhar o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto Organizado de Paranaguá (PDZPO). A ação faz parte do processo de ampla divulgação e discussão sobre o assunto. O objetivo dos debates é que seja aprovado um documento que esteja de acordo com o anseio de toda a comunidade envolvida nas atividades portuárias.

   Antes de ser colocado em prática e virar lei para a administração do Porto, o documento tem que passar pela aprovação do CAP, da Secretaria de Portos (SEP) e Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Porém, segundo o superintendente da Appa, antes de se aprovar o plano, o debate é imprescindível. “Divulgar e discutir o assunto, não ficando apenas restrito ao CAP, faz parte do processo. E essa tem sido a nossa preocupação. Dessa vez, como nunca havia sido feito, o debate está sendo intenso e tem envolvido diversas entidades como o Ministério Público, sindicatos, empresas, Faep, Fiep, órgãos ambientais”, afirma Dividino.

   No debate com a imprensa, o superintendente lembrou que há dez anos não é desenvolvido um Plano de Zoneamento que ordene o crescimento do Porto. “O último planejamento é de 2002. De lá para cá, estamos falando de dez milhões de toneladas movimentadas a mais e um crescimento de 25%. Não existe infraestrutura que suporte sem planejamento”, lembra.

Plano – O PDZPO começou a ser desenvolvido logo nos primeiros meses do atual governo de Estado. Uma empresa com acervo técnico e qualificação – o Laboratório de Transportes e Logística (LabTrans) da Universidade Federal de Santa Catarina, com auxílio da Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina (FEESC) – foi contratada para desenvolve o plano que agora está em processo de discussão e aprovação.

   “Se hoje enfrentamos as dificuldades estruturais e operacionais que enfrentamos, é porque em algum momento alguém deixou de olhar o porto com a devida atenção. O grande desafio, com esse Plano que estamos apresentando, é harmonizar o desenvolvimento econômico do porto com o meio ambiente e a cidade”, comenta o superintendente da Appa. Segundo Dividino, esta é a primeira vez que o estudo estatístico, técnico e matemático é desenvolvido de maneira integrada com uma análise ambiental.

   Ao esclarecer os parâmetros que regem o estudo do PDZPO, o superintendente lembra que “é desenvolvido em cima de regras preestabelecidas pela SEP, que é quem define a política portuária do país, seguindo diretrizes da Antaq”.

Solução – Ainda de acordo com Dividino, além de apresentar um diagnóstico da realidade atual do Porto de Paranaguá, o Plano indica as melhores maneiras de ganhar produtividade e melhorar a forma de trabalhar. “A capacidade do Porto determina o tempo de espera do navio. Se nós não fizermos algo rapidamente vamos continuar impondo a terceiros alguns custos que ele, de fato, não deveria ter. Estamos tentando corrigir um crescimento que vem desordenado há pelo menos dez anos. Se não planejarmos os próximos cinco anos, daqui a cinco anos estaremos enfrentando os mesmos problemas que hoje enfrentamos”, afirma.

   Além de diagnóstico e prognóstico, esclarecidos na coletiva pelo superintendente da Appa, o PDZPO ainda traz recomendações institucionais, operacionais, de interação porto/cidade, gestão e licenciamento ambiental, e alternativas de expansão. “O grande produto do trabalho são as vinte ou trinta páginas finais, das recomendações. Essas passarão a ser lei quando o Plano for chancelado pelo CAP, SEP e Antaq. Se quiser crescer, o porto terá que cumprir essas recomendações”, afirma Dividino.

   “Estamos falando do futuro do Porto. Imagine, em 2030. Se a gente não desenhar isso agora, mais uma vez Paranaguá vai ficar para trás. Digo isso porque os outros estão aprendendo a fazer melhor”, conclui.

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