Comunidade pesqueira recebe informações sobre a dragagem nos portos do PR

26/11/2013 - 15:50

Ação faz parte do Programa de Comunicação da obra, cujas reuniões começam está semana

   Esta semana, as equipes do Núcleo Ambiental da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e da DTA Engenharia iniciam as reuniões de comunicação com as comunidades pesqueiras de Paranaguá e Antonina. Até sexta-feira (29), os pescadores recebem informações sobre como será essa nova campanha de dragagem de manutenção dos portos do Paraná.

   Segundo o diretor técnico do Appa, Paulinho Dalmaz, o objetivo das reuniões é estabelecer um canal direto, de comunicação, com as comunidades que sobrevivem da pesca no entorno dos portos de Paranaguá e de Antonina. “Estamos abertos para tentar solucionar as eventuais dúvidas que a população tenha sobre essa nova dragagem que demos início. Existem muitas informações equivocadas ou desencontradas, que podemos, juntos, rever e corrigir”, afirma.

   Ainda de acordo com Dalmaz, essa etapa de comunicação, uma exigência do órgão ambiental federal para a emissão da licença para a obra, vai ao encontro da política de diálogo constante e permanente do Governo de Estado.

Reuniões - As primeiras reuniões foram realizadas nesta terça-feira (26), a começar pela Colônia de Pescadores Z1, em Paranaguá. Esta tem mais de 1,8 mil pescadores cadastrados, representantes de diversas comunidades da área urbana e das ilhas do entorno.

   Segundo Edmir Manoel Ferreira, presidente da Colônia Z1 e da Federação dos Pescadores do Estado do Paraná, a dragagem é necessária e os pescadores têm que aprender a conviver com a obra. “A gente jamais vai ser contra a dragagem. A gente sabe que estão aí o desenvolvimento do município, do Estado e do país. Mas também não podemos deixar de lado os pescadores que – antes do porto, da dragagem e de tudo – já viviam e sobreviviam aqui”, comenta.

   Os principais produtos da pesca - exclusivamente artesanal – desses profissionais são as pescadas, linguados, miraguaias, bagres, camarões e salteiras. Segundo o representante dos pescadores, sempre que há uma nova campanha de dragagem, o temor é em relação à diminuição dos peixes.

Especialistas - Durante a reunião, a bióloga da DTA Engenharia, Gabriela Machado Magalhães, responsável pelo Programa de Comunicação e Educação Ambiental da Dragagem, garante que esse e outros fatores serão monitorados durante todo o processo da dragagem de manutenção da bacia de evolução, os berços de atracação do Porto de Paranaguá e dos canais de acesso aos portos de Paranaguá e Antonina.

   “Antes, durante e depois da dragagem estão sendo feitos diversos monitoramentos: monitoramento da atividade pesqueira, da biota (conjunto de seres vivos, nesse caso, marinhos), da qualidade das águas, da turbidez da água, da área de despejo dos sedimentos (rip-rap), da qualidade dos sedimentos, do volume dragado, da dispersão da pluma dos sedimentos e da gestão ambiental da draga. A gente está fazendo de tudo para ver se está tendo algum impacto ou não e, se houver, para tentarmos solucionar esses impactos”, afirma a bióloga.

   De acordo com a representante da DTA Engenharia, os laudos do monitoramento prévio a essa nova dragagem ainda estão em análise nos laboratórios. “Porém, os do ano passado estão disponíveis à comunidade. Esses novos, assim que estiverem prontos os relatórios, também vamos disponibilizar”, diz.

   Segundo o presidente da Colônia Z1, eles pretendem, sim, acompanhar os monitoramentos e estudos. “Através do nosso jurídico vamos determinar algumas pessoas que saiam, junto com a comunidade, para acompanhar esses estudos da Appa e da DTA”, afirma Pereira.

Monitoramento - O objetivo do monitoramento é mapear as condições ambientais antes do início da dragagem, verificar se teve alteração e comparar com o resultado após a dragagem. “Os monitoramentos da dragagem de 2012 mostraram que não houve alteração, nem durante nem depois: nem na água, nem na biota, em tudo que foi monitorado”, explica Gabriela.

   Segundo ela, o impacto da dragagem é momentâneo – enquanto estiver sendo dragado. “Os impactos que podem ocorrer com a dragagem é a dispersão dos sedimentos e o afugentamento dos peixes. Porém, não foi observado na última campanha de dragagem. Pelo nosso monitoramento, a diminuição de peixes – que alegam os pescadores – não está ligada às últimas dragagem da Appa”, afirma a especialista.

   Ainda de acordo com a bióloga, essa etapa é mitigadora – ou seja, uma medida para reduzir os eventuais impactos da obra. “Isso é feito com os programas de monitoramento, comunicação e educação ambiental. O Ibama não coloca como condicionante à essa dragagem de manutenção as medidas de compensação”, esclarece Gabriela, também questionada, na reunião, sobre as medidas compensatórias (de ressarcimento) por eventuais perdas que venham a ser geradas aos pescadores.

Outras reuniões - Ainda esta semana, serão visitadas as comunidades pesqueiras Z8, Ponta da Pita e Praia dos Polacos, em Antonina, e Vila Guarani, Ilha dos Valadares, Europinha, Eufrasina, Piaçaguera e outras de Paranaguá.

   O programa de comunicação da dragagem não se resume apenas às reuniões. Um telefone local – o (41) 9246-8988 - está disponível para que a comunidade possa entrar em contato, com dúvidas e questionamentos, durante todo o processo.

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