Os desafios da mudança climática global para a economia mundial e o impacto na indústria portuária encerraram, no início da noite desta quinta-feira, as discussões da 1.ª Conferência Hemisférica de Proteção Ambiental Portuária realizada pela Organização dos Estados Americanos em conjunto com a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), em Foz do Iguaçu. Durante dois dias, nove temas centrais foram discutidos por especialistas das áreas de meio ambiente, logística e infraestrutura portuária.

Em sua palestra, a coordenadora de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Andréa Santos, falou sobre os reflexos negativos do aumento da temperatura no Planeta e sobre como isso pode afetar o setor produtivo. “Nas cidades portuárias, o aumento do nível do mar pode trazer consequências bastante graves para a economia, pois prejudicará a manutenção e a operação de portos, além de afetar o turismo e toda economia que gira em torno desses sistemas”, afirmou.

Andréa pontuou que será necessária a adoção de práticas sustentáveis para diminuir os impactos das mudanças climáticas. “Muito provavelmente serão necessárias medidas e obras estruturais para a manutenção das operações portuárias diante do aumento do nível do mar. A possibilidade de mudar a localização do porto também deve ser considerada. Não podemos esquecer, no entanto, a urgente necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, já que os estudos demonstram que os custos de adaptação são muito mais elevados que os custos de mitigação, ou seja, custos para reduzir as emissões de gases poluentes”, reiterou.

O nível das discussões da 1.ª Convenção Hemisférica de Proteção Ambiental Portuária agradou os participantes e organizadores. “Foram dois dias muito produtivos nas discussões sobre novos modelos de licenciamento, de monitoramento ambiental, de práticas sustentáveis, mas ainda temos uma riqueza de temas para nos aprofundar, pois o conhecimento nunca se esgota”, avaliou o superintendente da Appa, Daniel Lúcio Oliveira de Souza, ao encerrar os trabalhos da convenção.

O secretário-executivo da Comissão Interamericana de Portos (CIP-OEA), Carlos Gallegos, também ficou satisfeito com o resultado do evento. Representantes da delegação uruguaia adiantaram o interesse do País em se candidatar para ser sede da próxima convenção.
Nesta sexta-feira, pela manhã, ainda como parte da programação da convenção, os participantes visitarão as instalações da hidrelétrica de Itaipu, onde serão apresentados os projetos ambientais da binacional como o Mexilhão Dourado, Piracema e Água Boa. A tarde, haverá um passeio pela Cataratas do Iguaçu.