Importação de fertilizantes barra na falta de infra-estrutura privada em Paranaguá 18/12/2007 - 15:31

Com fotos em www.aenoticias.pr.gov.br

Entre janeiro e a primeira quinzena de dezembro deste ano, o Porto de Paranaguá importou mais de 7 milhões de toneladas de fertilizantes, volume histórico que poderia ser ainda maior

A logística e a infra-estrutura preparadas pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) para recebimento de fertilizantes no cais comercial do Porto de Paranaguá não está sendo utilizada na sua totalidade. A avaliação é do chefe do Departamento de Operações da Appa, Clauber Candian, depois de verificar que navios para descarga do produto estão apresentando baixa produtividade e gerando espera de navios. “Faltam armazéns na cidade e, conseqüentemente, caminhões para descarregar o fertilizante nos armazéns. Dessa forma, os navios ficam sem nem mesmo atracar, aguardando ao largo”, declarou Candian.

Entre janeiro e a primeira quinzena de dezembro deste ano, o Porto de Paranaguá importou mais de 7 milhões de toneladas de fertilizantes, 53% a mais que o verificado no mesmo período do ano passado, consolidando o terminal como o principal importador de fertilizantes do Brasil. O volume é histórico e superior a anos anteriores, quando a média de importação era pouco maior que 4 milhões toneladas. “A importação já poderia registrar alta ainda maior, mas esbarra na falta de infra-estrutura privada, que não acompanhou a eficiência do Porto, que investiu em pavimentação, balanças, iluminação e segurança”, explicou Candian.

Atualmente, há 21 embarcações ao largo esperando para atracar e desembarcar mais de 600 mil toneladas de fertilizantes. Por outro lado, há casos de embarcações atracadas que foram advertidas pela Appa pela baixa produtividade, desrespeitando as metas estabelecidas pela autarquia. Para a descarga de fertilizante, a prancha (tonelagem mínima estabelecida que será movimentada num período de 24 horas) exigida em Paranaguá é de 9 mil toneladas. “Os navios não operam porque os armazéns estão lotados e os caminhões, cheios, não têm onde descarregar”, explicou Candian.

Cooperativa - Relatos da Cooperativa de Transportes, responsável pela retirada do fertilizante do cais, buscam eximir o segmento de qualquer responsabilidade pela falta de produtividade dos navios. “Caso os navios não cumpram a prancha, não será por culpa desta Cooperativa, visto que para dois navios foram destacados 85 caminhões e um dos armazéns recebedores não está comportando o fluxo de caminhões. Há ainda mais de 40 caminhões no momento aguardando a sua descarga no referido terminal”, diz a correspondência encaminhada ao Porto.

A Cooperativa lembrou, ainda, que no início desta semana um caminhão estava há mais de 7 horas aguardando para descarregar o fertilizante e sequer tinha sido pesado para entrar no armazém. Clauber Candian afirmou que alguns operadores portuários reclamam da falta de espaço também nos armazéns no interior do Estado, lotados de fertilizantes nesta época do ano. Segundo ele, a situação está trazendo outro problema para os empresários. “Como o período é de entressafra de grãos, caminhões estão vindo vazios ao Porto, apenas para carregar fertilizante, onerando o frete de transporte”, destacou.

Armazém - Para amenizar o problema, investimentos da Appa estão sendo aplicados na construção de um armazém público para fertilizantes e esteira transportadora ligando a faixa portuária ao complexo. Com uma capacidade estática de 30 mil toneladas e de movimentação de mil toneladas por hora, o novo armazém está orçado em R$ 9,5 milhões e a obra já foi iniciada. Com o novo armazém, a autarquia espera melhorar o desempenho das operações.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostraram que as importações brasileiras, até a segunda semana de dezembro, subiram 59,9%, acima da média de dezembro de 2006. Acompanhando este crescimento, em primeiro lugar estão adubos e fertilizantes, com alta de 245,9%, confirmando a tendência observada