Marinha atualiza uma das Cartas Náuticas de Paranaguá 03/05/2019 - 16:20

O navio Sirius (H-21), da Marinha do Brasil, está nas proximidades da Barra de Paranaguá para o levantamento hidrográfico que vai permitir a atualização de uma das Cartas Náuticas. Com o dados atualizados, a navegação ficará mais segura na região. Com mais segurança, também existem os ganhos operacionais nos Portos do Paraná.

Em função deste serviço, o Navio Sirius fica na região até esta segunda-feira (06). Neste final de semana, a embarcação fica aberta para visitação pública nos dias 4 e 5, entre as 13h30 e as 17h.

“Respeitando os limites de segurança e operacionais, estamos abrindo o Porto de Paranaguá para receber a comunidade. É uma oportunidade das pessoas conhecerem o cais e um pouco mais sobre a atuação da Marinha”, afirma o diretor-presidente da Administração dos Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

LEVANTAMENTOS - Nesta sexta-feira (03), a embarcação recebeu a imprensa e autoridades. A bordo do navio, Garcia diz que a preocupação dos Portos do Paraná com a eficiência está sempre ligada com a manutenção dos padrões de segurança, tanto nas operações quanto na navegação.

Segundo o diretor-presidente, além do trabalho da Marinha de atualizar as cartas e documentos náuticos, a administração os Portos mantém um trabalho constante de levantamentos batimétricos e hidrográficos do entorno dos portos e nos acessos. Os dados são sempre validados com a autoridade marítima.

“Hoje, os profissionais que atuam nos Portos do Paraná têm conhecimento das profundidades e outros itens característicos dessa região, mas a partir do momento que a Marinha atualiza isso em carta todos os navegantes passam a ter esse conhecimento”, diz Garcia

MARINHA - Segundo o comandante do navio, capitão de fragata Walid Maia Pinto Silva e Seba, o levantamento hidrográfico com sondagens batimétricas faz parte do III Plano Cartográfico Náutico Brasileiro (PCNB), cujo propósito é consolidar os planos cartográficos náuticos brasileiros.

De acordo com a Marinha, para a atualização da Carta Náutica 1820, foi estabelecida uma estação maregráfica na Ponta da Galheta, na Ilha do Mel, para possibilitar a análise do efeito de maré em toda a região.

Nesse trabalho, será feita a batimetria de ecobatímetro monofeixe (equipamento que utiliza ondas sonoras para aferir a profundidade de um determinado local) na área da Carta 1820. Ao mesmo tempo em que se coleta a informação da profundidade, também é armazenada a posição geoestacionária utilizando-se do GPS.

“Essas informações serão processadas e combinadas com os dados da maré e darão origem a uma nova carta náutica. Com este novo documento, os navegantes que utilizarem o Porto de Paranaguá terão à disposição um produto atualizado, com maior acurácia e tendo o fundo submarino precisamente definido.

No total, são mais de 100 profissionais da Marinha envolvidos nessa operação. Especificamente no trabalho de hidrografia, atuam cerca de 20 especialistas. A previsão é que o serviço seja concluído até o final de maio.

DOCUMENTO - A Carta Náutica que será atualizada é a de número 1.820. Também orientam a navegação na região as cartas 1.821 e 1.822. Como explica o oceanógrafo da Diretoria de Engenharia da Administração dos Portos do Paraná, Ricardo Delfim, nesta campanha do Navio Sirius serão atualizadas no documento as informações de profundidades da barra e imediações.

“Com as profundidades atualizadas, os navegadores têm maior segurança para demandar a região. Também com mais precisão, as operações portuárias ficam menos onerosas, principalmente no que diz respeito aos seguros (da carga e do casco por exemplo), pois propiciam menos incertezas e garantem uma navegação mais segura”, diz Delfim.

Segundo ele, a Carta Náutica 1.820 é o 1º documento que o navegador deve consultar ao chegar na região. “Ele traz aspectos gerais da Baía de Paranaguá e suas proximidades”, afirma.

Após acessar a barra, outros dois documentos que se sobrepõem à Carta Náutica 1820 são “as cartas 1.821 e 1.822, que são de maior escala, são cartas de aterragem, ou seja, nestes documentos são expressos um mapeamento com maior detalhamento (para uma navegação em águas restritas)”, explica.

Além de informar as profundidades, as cartas náuticas trazem informações como obstáculos, formação da costa, informações de auxílio à navegação (como balizamento), limitações ambientais, comportamento da maré e pontos notáveis (localização de pontos de referência).

LEVANTAMENTOS – Atualmente estão sob análise do Centro de Hidrografia da Marinha os levantamentos pós-dragagem de aprofundamento, contratada pelo Ministério de Infraestrutura – Governo Federal, concluída em novembro de 2018.

Segundo Ricardo, os relatórios de cinco áreas (Charlie 1, Charlie 3 e Bravo , Bravo 2 e Alfa) já foram submetidas à análise da Marinha, que solicitou mais informações que estão sendo providenciadas.

“A Marinha analisa as informações do levantamento batimétrico da empresa contratada para o serviço e emite o parecer sobre as condições de profundidade (que serve de base para o cálculo de calado)”, explica o oceanógrafo.

GLOSSÁRIO – De maneira simples e popular, o oceanógrafo dos Portos do Paraná explica que “barra” seria como uma “interface” na água. “É o local limite entre a água abrigada e o oceano aberto. É a passagem, onde a navegação é bem complicada pelas condições naturais”, diz.

 

SERVIÇO SOBRE A VISITAÇÃO

Os interessados em visitar o Navio Hidrográfico da Marinha devem comparecer ao Setor de Credenciamento dos Portos do Paraná, com documento de identificação original com foto (RG ou CNH)

Crianças só terão o acesso liberado ao cais acompanhados dos pais ou responsáveis.

O embarque no navio será por ordem de chegada, respeitada as prioridades definidas em lei.

Por questões de segurança, não é recomendado o uso de bolsas e vestimentas tais como saias, vestidos e salto alto. Aconselha-se o uso de sapatos ou tênis. Não será permitida a entrada com animais de estimação e pessoas em trajes de banho. A entrada é gratuita.

 

(Texto abaixo: Marinha do Brasil)

O Navio Hidrográfico Sirius

 

O Sirius é subordinado ao Grupamento de Navios Hidroceanográficos (GNHo) e sob a égide da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN). O navio recebe o nome da estrela “Sirius”, a mais brilhante do firmamento e pertencente à constelação do “Cão maior” com a finalidade de servir como plataforma flutuante capaz de efetuar a coleta de dados batimétricos, oceanográficos, geofísicos e manutenção de faróis, de forma a contribuir para o apoio a aplicação do Poder Naval, a segurança da Navegação e para execução dos Projetos Nacionais de Pesquisa.

 

O Sirius tem ainda como missão processar os dados por ele coletados, a fim de contribuir para a produção de informações para a construção e atualização das cartas náuticas e documentos de auxílio à navegação sob a responsabilidade da Diretoria de Hidrografia a Navegação e para o conhecimento do cenário de fatores físicos das áreas de operações de nosso Poder Naval. Em 2009, foi instalado no Navio um ecobatímetro multifeixe Kongsberg EM-302, possibilitando a realização de levantamentos batimétricos em águas profundas, com ensonificação total do fundo.

 

Com respeito à Oceanografia, o Navio tem a capacidade de operar CTD, XBT e Digibar, utilizados para coletar informações de salinidade e temperatura da água do mar, permitindo o cálculo da velocidade de propagação do som na água. O Navio possui dois guinchos que podem ser empregados para Oceanografia e para coleta de amostras de fundo por arrasto. Possui, também, a capacidade de operar com sonar de varredura lateral (side scan sonar), que provê informações sobre a topografia do fundo e suas características geológicas superficiais.

 

Além das tarefas previstas em sua missão, o navio contribui para a formação de universitários das áreas de biologia marinha e oceanografia. Contribui, também, para os serviços meteorológicos marinho e de sinalização náutica a cargo da Diretoria de Hidrografia e Navegação.

           

Neste contexto, graduandos do curso de Oceanografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em regime de revezamento entre os deslocamentos realizados, embarcaram e acompanharam diversas tarefas relacionadas ao levantamento hidrográfico em curso na região da Barra de Paranaguá durante o mês de abril. Os alunos participaram de atividades relacionadas ao estudo de maré, meteorologia, sinalização náutica e navegação. Além disso, os graduandos vivenciam as rotinas de bordo, estreitando laços profissionais e troca de conhecimento entre a Marinha do Brasil e o meio acadêmico.

 

Características Principais

Equipamentos Científicos

- Comprimento – 77,9 metros;

- Boca – 12 metros;

- Deslocamento Máximo – 1.878 t;

- Calado Máximo – 5,5 metros;

- Autonomia – 17 dias;

- Velocidade de Cruzeiro – 9 nós;

- Velocidade Máxima –12 nós;

- Tripulação – 84 militares; e

- Passageiros – 14 pesquisadores.

- Ecobatímetro Multifeixe (águas médias, até 4.000 m de profundidade);

 

- Ecobatímetro Monofeixe;

 

- Estação Meteorológica Automática;

 

- Lançador de Batitermógrafo;

 

- Guincho Oceanográfico.

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