Navios sem prontidão de carga pioram a fila em Paranaguá 24/08/2012 - 17:40

Muitos navios que estão ao largo no Porto de Paranaguá, aguardando a vez para a atracação, não têm carga consolidada para ser carregada a bordo dos navios. Nos últimos três dias, 21 navios abriram mão da vez de atracação no Corredor de Exportação por não terem carga suficiente para embarcar. Com o tempo bom, o Corredor de Exportação embarca diariamente entre 60 e 80 mil toneladas, podendo chegar a uma capacidade máxima de escoamento de 100 mil toneladas por dia.

“Esta agilidade no embarque do granel, quando as condições são favoráveis, é típica de Paranaguá. Numa situação como a que vivenciamos esta semana, fica claro que a fila de navios ao largo pode ser explicada de várias formas e, diferente do que vem sendo dito, não é resultado da ineficiência do porto”, explica Luiz Henrique Dividino, superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina.

Nesta sexta-feira (24), dos 106 navios ao largo, 37 estavam aguardando para atracar no Corredor de Exportação. Na reunião de atracação de hoje – que programa os navios que irão atracar no final de semana – duas embarcações abriram mão da sua vez de atracar por falta de cargas. No dia 23, foram chamados quatro navios para que três aceitassem atracar e no dia 22, a situação foi ainda mais grave: 15 navios abriram mão de atracar em Paranaguá por falta de carga consolidada.

O complexo corredor de exportação de Paranaguá funciona com uma logística que leva em conta desde a saída dos caminhões do interior até o embarque nos navios, passando pelo espaço em armazém para recebimento da carga. A logística afinada fez com que a fila de caminhões, comum nos anos anteriores, desaparecesse. No entanto, muitos navios chegam à baía de Paranaguá sem estar com prontidão de carga, o que atrapalha todo o sistema.

Estoques – Nesta sexta-feira (24), estavam disponíveis nos armazéns que compõem o corredor de exportação 570 mil toneladas de grãos – sendo a maior parte deles composta pelo milho que está no pico do escoamento atualmente. Há cerca de 20 dias com tempo seco, a taxa de embarque vem superando em muito a taxa de descarga de caminhões e vagões, o que explica a falta de carga. Com isso, o tempo de espera dos navios cresce.

“Se hoje tivéssemos 37 berços para atracar todos os navios que estão aguardando para atracar no Corredor, a operação ficaria parada porque nem 30% deles tem carga para ser embarcada”, explica Dividino.

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