Participantes do Simpósio de Logística pedem monitoramento da área costeira e portuária do Paraná 23/07/2009 - 20:30

O I Simpósio Integrado sobre Logística Portuária e Meio Ambiente terminou, nesta quinta-feira (23), em Foz do Iguaçu, com a meta de viabilizar e implementar projetos de monitoramento da área costeira e portuária no Paraná. O evento aconteceu paralelamente a I Convenção Hemisférica sobre Proteção Ambiental Portuária e reuniu cerca de 130 estudantes e pesquisadores da Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras de Paranaguá (Fafipar), Universidade Federal do Litoral (UFPR Litoral) e do Centro de Estudos do Mar de Pontal do Paraná (UFPR).

Para o diretor da Fafipar, Antônio Alpendre, o evento representou um marco para o Paraná no que se refere à aproximação da comunidade científica com os gestores portuários. “A iniciativa já demonstra o avanço e a vontade de integrar a pesquisa com a prática em prol da qualidade de vida e desenvolvimento das comunidades costeiras”, avaliou.

A proposta do Simpósio era aproximar a comunidade científica com representantes do poder público e privado – na área ambiental e portuária, discutindo a elaboração de acordos e protocolos que possibilitem a definição das responsabilidades.

A presidente da comissão científica do Simpósio e professora da área de ciências biológicas da Fafipar, Franciane Pelizzari, disse que o monitoramento eficaz em zonas costeiras é fundamental para identificar as condições ambientais e sociais do passado, presente e futuro de cada região.

“Não temos um banco de dados das áreas costeiras hoje no Paraná. Enquanto isso, o Brasil monitora águas antárticas. Precisamos saber as condições das zonas costeiras para saber qual o estado de degradação e minimizar os impactos para o futuro”, declarou Franciane.

Segundo ela, a realização do Simpósio já demonstra o interesse dos Portos de Antonina e Paranaguá, por exemplo, em iniciar um trabalho desta magnitude.

A chefe do escritório regional do IAP do Litoral do Paraná, Noelle Costa Saborido, também concorda com a necessidade do monitoramento. “Isso porque mais da metade da população mundial reside em zonas costeiras”, ressaltou.

Para ela, é fundamental que os bens e serviços ofertados a população por empresas públicas e privadas estejam integrados com este tipo de monitoramento. “No caso do IAP, por exemplo, conseguiríamos melhorar o tempo de resposta a possíveis emergências ambientais que venham a ocorrer em zonas costeiras e otimizar as ações de remediação destas ocorrências”, ressaltou Noelle.

DISCUSSÕES – Entre os temas abordados durante os dois dias do Simpósio, promovido no espaço das Nações, a presença dos Portos de Paranaguá e Antonina no Desenvolvimento Regional do Paraná, o papel da autoridade marítima chilena na proteção ambiental portuária, emergências ambientais e o caso Vicuña, gestão integrada de bacias costeiras e atividades portuárias e ambientes praiais, mapeamento da sensibilidade ambiental da Bacia Marítima de Santos, entre outros.

Os temas foram debatidos apresentados por especialistas reconhecidos internacionalmente, pesquisadores e representantes de empresas privadas e públicas que atuam na área portuária e ambiental.

Para o estudante do curso de engenharia ambiental, Ricardo Muller, o Simpósio contribuiu muito para o seu currículo e experiência profissional. “Os temas que foram abordados aqui eu não teria a oportunidade de ouvir em sala-de-aula. Foi extremamente enriquecedor, abrindo novos horizontes sobre o tema que vou querer me aperfeiçoar no futuro”, relatou.