Porto de Antonina é homenageado em enredo de escola de samba mais tradicional do município
28/02/2014 - 16:30


   No próximo domingo (2), desfilando pela 67ª vez, uma das mais tradicionais escolas de samba de Antonina, a Batel, entra na avenida levando aos foliões um pouco da história do Porto de Antonina. Através do enredo e das alegorias, a trajetória do terminal, de quase 160 anos, que já foi um dos mais importantes do Brasil e continua sendo a principal fonte de trabalho e geração de renda para o município, será lembrada.

   Nos últimos dias de ensaio, a Escola faz os ajustes finais antes de percorrer as ruas da cidade histórica e fazer a alegria dos foliões. O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino, e o diretor do Porto de Antonina, Luis Carlos de Souza, prestigiaram o ensaio e agradeceram a homenagem.

   “A gente se sente lisonjeado por essa homenagem que a Batel está prestando ao Porto de Antonina. Ao lembrar da história, desde a fundação da estrada da Graciosa, dos primeiros trapiches, do terminal Barão do Teffé ao Ponta do Félix, podemos ver que o Porto continua sendo de extrema importância para o agronegócio brasileiro e para a economia local e do Estado”, afirma Dividino.

   Segundo o diretor do Porto de Antonina, lembrar da história também dá à população de Antonina a esperança de ver o terminal público Barão do Teffé revitalizado e novamente operando com a mesma intensidade que teve no passado. “Desde que assumimos a administração do Porto, em 2011, a nossa missão, dada pelo Governo do Estado, é essa. E já temos vistos os resultados”, comenta Souza.

   Ele elenca algumas das melhorias. Entre essas, a regularização fundiária da área; a criação de um pátio de triagem, para coordenar o fluxo dos caminhões; a reforma da sede administrativa; a retomada das operações – com a instalação de armazéns infláveis; a instalação de balança rodoviária; a criação de área de expurgo e limpeza da área, atendendo às diretrizes dos órgãos ambientais; entre outras ações já realizadas.

   “Com o que estamos fazendo hoje, também fazemos para deixar na história”, completa o superintendente.

História - Desde o primeiro trapiche construído, em 1856, o Porto de Antonina sempre foi fundamental para o escoamento da produção paranaense. Nessa época, o principal produto do Estado era a erva-mate. Dezessete anos depois, em 1873, com a inauguração da Estrada da Graciosa e da linha férrea, que ligavam o município à capital Curitiba, o terminal portuário intensificou as atividades e chegou a ser, no início do século XX, um dos mais importantes portos do país em exportação. Até a década de 1930, foi o quarto maior porto em exportação do Brasil, ficando atrás dos Portos de Santos, Rio e Bahia. Em movimentação de erva-mate era o primeiro.

   Na década de 1940, Porto de Antonina era uns dos principais portos de cabotagem no país. Com 17 atracadouros, porto recebia além dos navios nacionais, embarcações argentinas, suecas, uruguaia e chilena.Movimentou variadas cargas das quais, no final dos anos 1990, permaneceram os congelados, minérios de ferro e fertilizantes.

   Localizado em um ponto estratégico do Estado, o Porto de Antonina atualmente amplia a agilidade e qualidade dos serviços do Porto de Paranaguá, principalmente no recebimento de fertilizantes. Em 2013, chegou a descarregar mais de 1,5 milhão de toneladas do produto. Além deste, o terminal também realiza algumas operações de exportação de açúcar em saca.

   Administrado pela autarquia estadual Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), o porto oferece dois terminais: o Barão de Teffé, que é o terminal público que, desde 2011, vem sendo revitalizado pelo Governo do Estado; e o Terminal da Ponta do Félix, privatizado através de arrendamento, no Porto de Antonina.

Samba – O Carnaval de Antonina é um dos mais tradicionais carnavais de rua do Estado. Na programação, que começa já nesta sexta-feira (28), tem coroação do rei e da rainha, desfile de blocos folclóricos, concurso das escandalosas e bloco de sujos, além do desfile das escolas de samba. Ao todo são cinco, que apresentam seus enredos ainda hoje, às 21h.

   A Escola de Samba do Batel é a mais tradicional e antiga escola de Antonina. Foi fundada em 1947 e, este ano, desfilará com 650 pessoas. O tema do enredo da escola, este ano, é "Do Teffé ao Félix: nosso porto ontem, hoje e sempre".

   “Pela organização desse ano, será um dos melhores desfiles que a Escola de Samba do Batel já fez. É gostoso você falar de algo de sua terra. Traz muito orgulho. É interessante a gente poder contar a história do Porto, que já foi o 4º mais importante do Brasil, para os nossos filhos e outros que não conhecem. Melhor ainda é conseguir fazer isso de uma maneira tão lúdica que é pelo Carnaval”, afirma o presidente da Batel, Mário de Castro.

   Segundo ele, definido o tema do enredo, parte-se para a pesquisa e esse levantamento, essas informações são levadas aos criadores do samba enredo (escolhidos por concurso) e para o pessoal responsável pela criação das fantasias. No domingo, para a avenida, entre outras, desfilarão a ala do açúcar, do fertilizante, da erva-mate, dos estivadores e os bateristas vão entrar de almirantes.

   Entre os bateristas, Tiago Bernardino Costa, de 29 anos, e os dois filhos, um de 9 e outro de 6 anos de idade. “Faz 15 anos que desfilo pela Batel. Esse ano, estou muito contente por ter os dois ao meu lado. Eles treinaram, fizeram curso e eu boto fé”, diz ele.

   Este ano, é esperado um público de, em média, 50 mil pessoas por dia, em cinco dias de festa em Antonina. Os foliões vêm de todo o país e até do exterior.

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