Porto de Antonina registra alta de 75% na movimentação 17/07/2013 - 14:00

Este ano, o número de navios que atracaram e operaram no terminal mais que dobrou

   Nos primeiros seis meses deste ano, o Porto de Antonina já recebeu 50 navios. No mesmo período, em 2012, foram apenas 21. Movimento maior de embarcações representa maior movimentação de carga que, somada à melhora na produtividade, resultou em um aumento de 75% nas movimentações. De janeiro a junho foram 758,1 mil toneladas. No ano passado, foram pouco mais de 433 mil toneladas.

   Como explica o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino, o aumento na quantidade de navios recebidos está diretamente relacionado à dragagem.

   “A dragagem de manutenção dos pontos críticos do acesso ao Porto de Antonina retirou aproximadamente um milhão de metros cúbicos de sedimentos, ampliando a profundidade no local - que está superior a 8 metros. Há 15 anos o Porto de Antonina não recebia uma dragagem”, explica Dividino. Ao todo, a Appa investiu R$ 37 milhões em recursos próprios para a realização da obra.

   “Com esta obra, o objetivo da Appa e do Governo do Paraná é melhorar consideravelmente as condições de navegação em Antonina. A reativação de Antonina no Governo Beto Richa abriu uma nova alternativa de descarga de fertilizantes no Paraná, permitindo a redução dos custos das filas de espera que era repassada diretamente ao produtor agrícola. Em números, com base nos registros do Sindicato das Industrias de Adubos (Sindiadubos), a operação em Antonina reduziu em mais de 14 dias a espera para atracação no Porto de Paranaguá, o que significa, no momento de maior movimento, uma economia na ordem de US$ 8 por tonelada que antes eram adicionadas ao preço dos fertilizantes por conta da sobreestadia dos navios”, completa o superintendente.

Movimentação - No primeiro semestre de 2013, o Porto de Antonina importou fertilizantes e exportou açúcar. Foram 23 mil de açúcar e mais de 735,1 mil toneladas de fertilizante. O açúcar teve como destino o Porto de Tema, em Gana. Já o fertilizante veio da China, Noruega, Marrocos, Venezuela, Lituânia, Finlândia, Togo, Catar, Estônia, Estados Unidos, Letônia, Holanda, Rússia e Ucrânia.

   De acordo com o diretor comercial da Ponta do Félix, operadora portuária que atua no Porto de Antonina, Cícero Simião, o número reduzido de navios recebidos em 2012 se explica pela redução no calado – fator que, segundo ele, já foi reestabelecido. Sobre o aumento na movimentação, ele explica que a organização foi fator primordial.

   “O mérito não é apenas da empresa, mas também da Administração do Porto. A organização de um Pátio de Triagem em Antonina, a exemplo do que existe em Paranaguá, para acabar com a fila de caminhões, deu mais agilidade ao processo. Internamente, podemos destacar melhorias nos procedimentos, a boa análise operacional e o posicionamento estratégico. Melhoramos a eficiência, aplicamos mudanças assertivas na recepção dos navios. Tudo isso contribuiu para melhorar o desempenho do terminal”, afirma.

Reflexos – Maior movimento de carga também significa mais trabalho e renda para a população e mais vendas para o comércio local. No primeiro semestre, isso já pôde ser observado em Antonina.

   De acordo com o diretor do Órgão Gestor da Mão de Obra do Porto de Antonina, Edenoir Batista, há alguns anos, o que se via era trabalhadores deixando o município por falta de trabalho. Cenário que mudou, segundo ele. “Hoje o que vemos é que tem mais trabalho e mais dinheiro no município. Em volume de trabalho e repasse de verba aos TPAs aumentou na faixa de 70%. Tudo isso é devido a esse aumento na movimentação que tende a aumentar ainda mais”, diz.

   O presidente da Associação Comercial, Industrial e Portuária de Antonina, Paulo Pacholek, confirma os reflexos na economia local. “Gêneros alimentícios, vestuários. Em todos esses setores sentimos bastante a diferença. Estou sempre em contato com os comerciantes de diversos ramos que confirmam que aumentou bem, em vista de como estava estagnado”, confirma.

   “Com certeza o nosso movimento – que vem sendo mantido, diferente de anos atrás, numa constante e não mais em picos – se deve a esses trabalhadores, esse pessoal que trabalha com caminhão, que trabalha na estiva, com todo esse segmento”, completa o comerciante Oscar Neto, dono de uma lotérica no município.

Expectativa – Segundo o diretor do Porto de Antonina, Luis Carlos de Souza, a expectativa é melhorar ainda mais a movimentação e a produtividade do Porto, no segundo semestre. “Vamos continuar dando condições de operação para a Ponta do Félix e qualquer outra empresa que venha operar aqui em Antonina. Um porto ágil e organizado significa melhor desempenho na Economia do Estado e na economia local. Quem ganha, com isso, são os nossos clientes, neste caso produtores agrícolas e a população”, garante.

   Entre os projetos atualmente em andamento para atingir esse objetivo maior estão a revitalização do Porto de Antonina e o trabalho de recuperação de cargas e exploração dos potenciais apontados pelo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto Organizado (PDZPO).

   O documento traz a modernização do Terminal Ponta do Félix – para atender novas demandas da movimentação – e a operacionalização do Terminal Barão do Teffé, com vocação para operações de apoio offshore e estaleiro, principalmente para atender as atividades ligadas à exploração do petróleo na região.

   “Já recebemos algumas intenções de empresas para exploração de atividade de metal mecânica e armazenagem de açúcar e fertilizantes. Para esse trabalho de estocagem temporária, já recebemos do IAP licença ambiental para a instalação de armazéns infláveis e estruturados. Agora é só bem atender as empresas, priorizando a aplicação de mão-de-obra local”, conclui Souza.

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