Porto de Paranaguá realiza primeiros testes para carregamentos de grãos com chuva 03/07/2013 - 17:00

Parceria entre a Appa e operadores portuários resultou na criação de um protótipo que permite embarque de granéis mesmo com chuva

   O secretário de infraestrutura e logística, José Richa Filho, e o superintendente dos portos do Paraná, Luiz Henrique Dividino, participaram nesta quarta-feira (03) do primeiro teste de um equipamento de cobertura para navios. Desenvolvido por uma empresa paranaense instalada em São José dos Pinhais, a cobertura permite o carregamento de grão com chuva. Ele é acoplado na ponteira do shiploader e se encaixa no porão do navio, isolando a embarcação da umidade.

   “Estamos trabalhando para tentar resolver este problema histórico dos portos que é a impossibilidade de embarcar grãos nos dias de chuva. Se esta solução se mostrar eficiente, como acreditamos que vá, o Porto de Paranaguá poderá ser o primeiro porto do Brasil a operar carga de grãos mesmo com chuva”, explica o secretário.

   O protótipo está em desenvolvimento há 14 meses. Agora que o protótipo em escala real 1:1 ficou pronto, serão realizados diferentes testes para certificar a eficiência da estrutura. Em todas as etapas do processo, os componentes do equipamento estão sendo submetidos a rigorosos testes de qualidade, durabilidade, estanqueidade e funcionalidade. “Se obtivermos o sucesso esperado, passaremos às próximas etapas que são a montagem da versão final, o início das adaptações necessárias nos shiploaders para instalação do equipamento e, principalmente, o processo de implantação”, explica Dividino.

Umidade – O equipamento que está sendo desenvolvido faz parte de um projeto pioneiro para carregamento de grãos com chuva. Até hoje, foram discutidas no Brasil soluções para embarque de açúcar com chuva, que é um produto que permite certo nível de umidade pois o produto é bruto e vai para refino no exterior.

   No entanto, o milho, a soja e os farelos não toleram nenhum índice de umidade, sob pena de se perder toda a carga. Depois de carregado no navio, o produto fica cerca de 30 dias na embarcação e – caso entre umidade nos porões– a carga chegará fermentada e apodrecida no destino final.

Implantação – Atestado o sucesso do equipamento, a Appa dará início à implantação do sistema. Para isso, serão demonstradas a todos os envolvidos no processo – operadores, armadores, trabalhadores – as características de segurança do equipamento, além de treinamentos do pessoal que irá utilizar a solução. “Vamos promover ainda uma campanha de utilização que irá desde a discussão junto aos terminais privados, embarcadores, até o comandante do navio que não tem a obrigação de aceitar o carregamento nestas condições. No entanto, pretendemos dar preferência aos navios que se dispuserem a trabalhar com o equipamento em caso de chuva”, explica Dividino.

   O equipamento deverá operar somente com chuvas leves e, em caso de chuvas intensas e ventos, ele será desativado de forma a resguardar a segurança dos trabalhadores, da carga e do navio.

   “Acreditamos que estamos entrando numa nova era, que irá possibilitar o aumento das operações até que o governo federal dê andamento aos processos dos novos terminais que projetamos para os portos do Paraná”, afirma Richa Filho.

   De janeiro a junho deste ano, o Porto de Paranaguá registrou 51 dias de paralisações nas operações do Corredor de Exportação em função da chuva.

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