Porto de Paranaguá se prepara para prevenir a gripe aviária 11/02/2008 - 15:20

Técnicos da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) estiveram no Porto de Paranaguá na última semana para conscientizar e esclarecer a comunidade portuária sobre os riscos e o controle de uma possível pandemia de Influenza Aviária, também conhecida como gripe aviária.

Apesar de o foco da gripe estar nos países asiáticos, de onde se originam a maior parte da tripulação das embarcações, existe a possibilidade de infecção da doença em virtude dos resíduos das embarcações, usualmente chamados de “consumo de bordo”. “O lixo sanitário precisa ter um tratamento diferenciado e não pode entrar no país despreocupadamente. É preciso incentivar a conscientização e a sensibilização da comunidade portuária. Faremos isso com detalhamentos técnicos e apontando as ações para evitar a pandemia e os prejuízos comerciais que ela pode causar”, afirmou Marcos Maia Porto, gerente de Meio Ambiente da Antaq.

A médica sanitarista Vera Maria Galesi afirmou que o Plano de Contingência foi preparado para detectar precocemente a existência de casos e desencadear medidas pertinentes, como indicação e internação de casos suspeitos, além da confirmação em laboratório, investigação de possíveis contatos e, por fim, o controle de resíduos de áreas suspeitas. “Para que tudo isso ocorra é preciso que a comunidade esteja informada e atenta para que se possa desencadear estas medidas”, declarou Galesi, que é consultora do Núcleo de Administração da Saúde, da Unifesp. Ela atuou na elaboração do plano de contingência da gripe aviária nos portos e capacitação dos agentes.

Paranaguá - As ações de conscientização da comunidade portuária serão feitas pelos técnicos de cada um dos 10 portos brasileiros incluídos no Plano de Contingência para a Pandemia de Influenza. Em Paranaguá, a engenheira Maria Manuela de Oliveira é a responsável pela atividade junto à comunidade portuária local. Ela passou por uma capacitação feita pela Unifespe em parceria com a Antaq. O Plano envolve ações em portos, aeroportos e fronteiras, locais onde segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentam riscos para entrada da doença.

O Porto de Paranaguá foi escolhido para participar do Plano por dois principais motivos: tem uma das melhores localizações geográficas do Brasil e é o segundo maior porto do país em volume de mercadorias movimentadas. “O Porto de Paranaguá atua muito com a exportação de aves, que são hospedeiras do vírus. Sem um controle sério, a introdução do vírus pode trazer uma perda econômica. A preocupação é com a tripulação dos navios, com o consumo de bordo e o tratamento de um possível infectado. Porém, à medida que estejamos preparados tomaremos as ações necessárias para impedirmos uma pandemia”, declarou Porto.

Frango - O Paraná está entre os maiores produtores de frango do Brasil e entre os três maiores exportadores do produto. O Estado escoa 26% da produção nacional, com cerca de 900 mil toneladas de frango. Dados do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócios do Ministério da Agricultura revelam que as carnes avícolas responderam por 8,58% da receita cambial obtida pelo agronegócio brasileiro em 2007.