Para cumprir o percurso Olierte, que é portuário há 23 anos, treinou durante seis meses

Depois de cinco horas, 21 minutos e 47 segundos, o portuário Olierte Pereira cumpriu nesta quarta-feira (05) o percurso de 60 quilômetros entre os Portos de Antonina e de Paranaguá. Na chegada, a família e os colegas de trabalho recepcionaram o atleta com aplausos e faixas de incentivo. O desafio de percorrer a rodovia que liga os dois terminais portuários foi do próprio portuário como uma forma de incentivar a integração entre os dois municípios e a prática de esportes que, para ele, representou o resgate da sua qualidade de vida.
“Parei de beber e de fumar e hoje estou preparado para este e outros desafios. Todos têm capacidade de praticar um esporte de acordo com suas limitações. É importante que autoridades e empresários incentivem a atividade esportiva como forma de melhorar a vida de muitas pessoas”, declarou o atleta de 50 anos que atua como coordenador de atracação no setor de amarração da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).
Na chegada, o atleta foi recebido pelo superintendente da Appa, Eduardo Requião. No palco montado em frente à sede da Appa, o atleta ganhou um troféu como reconhecimento da sua vitória pessoal. “Incentivamos o esporte e esse evento mostra a importância dada aos funcionários da Appa em suas atividades laborais e em suas atividades sociais e esportivas. Eventos como esse fortalecem nossa união. Há a possibilidade de ampliarmos essa prova e fazermos uma prova de ciclismo até Antonina”, adiantou o superintendente.
Desafio - Para cumprir o percurso Olierte, que é portuário há 23 anos, treinou durante seis meses. Nesse período, percorreu 2.300 quilômetros sempre com o incentivo da família e dos amigos. A idéia inicial era terminar a prova em seis horas, mas o atleta chegou quase 40 minutos antes. A partir de agora, ele prepara-se para um novo desafio. “Quero correr 12 horas entre Curitiba e Paranaguá. Tenho chamado outros portuários que são atletas para competir comigo, mas até agora ninguém aceitou”, disse o portuário. Uma das propostas de Olierte é fixar a prova no calendário esportivo estadual.
Se a prova for feita de bicicleta, outro portuário já confirmou sua participação. O cicloturista Alexandre Costa que trabalha no setor de execução Operacional da Appa e, assim como Olierte, encontrou no esporte uma forma de deixar as drogas. “Fui viciado em cocaína e o esporte traz novas oportunidades à vida de qualquer pessoa. As drogas acabam com a vida social e familiar. O esporte nos dá honra e traz importantes exemplos, como é o caso do Olierte. Minha esperança é que a Paranaguá torne-se referência no esporte porque temos muitos talentos à espera de incentivo”, declarou Costa.