Responsabilidade sócio-ambiental está entre prioridades das organizações portuárias 23/07/2009 - 20:10

A responsabilidade sócio-ambiental das organizações portuárias foi um dos temas de maior repercussão, nesta quinta-feira (23), durante o I Simpósio Integrado sobre Logística Portuária e Meio Ambiente – evento paralelo à Convenção Hemisférica, realizado em Foz do Iguaçu.

O diretor superintendente do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), Juarez Moraes e Silva, apresentou a universitários e pesquisadores as ações implementadas para contribuir com a preservação do meio ambiental na área portuária. O TCP atua na manutenção, armazenamento de contêineres e na consolidação e desconsolidação de carga de navios.

“Hoje o terminal de Contêineres tem um comprometimento com a questão ambiental. Criamos Programas de Indicadores Ambientais e investimos em mão-de-obra especializada em meio ambiente para atender a todos os quesitos exigidos pelos órgãos fiscalizadores”, declarou Juarez.

Entre as medidas priorizadas pelo TCP – que possui certificação ISO 1400 e tem sua política ambiental auditada permanentemente - está a redução no consumo de água utilizada na lavagem interna e externa dos contêineres; reduzir o consumo de energia do TCP, que atualmente gasta R$ 1 milhão/mês em energia elétrica; reduzir as emissões de fumaça dos cerca de 1,2 mil caminhões que diariamente estacionam no Terminal.

“Fazemos um monitoramento permanente da fumaça emitida por estes veículos. Aqueles que estiverem fora do parâmetro permitido são orientados pelo Terminal”, informou Juarez, que também atua como presidente da Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres.

“Criamos há um ano o Comitê de Meio Ambiente dentro da Associação brasileira de forma inédita e pensando em ampliar de forma integrada as ações ambientais em terminais brasileiros”, destacou.

NAVEGAÇÂO E RESÍDUOS – A navegação na Bacia do Rio Paraná foi outro tema de destaque neste último dia de Simpósio. De acordo com o coordenador de Planos e programas de Transportes do Paraná, Manoel Jorge Lacerda, o transporte hidroviário no Brasil atinge hoje 2% da sua capacidade, sendo que a Rússia utiliza 11% da capacidade do país.

“O transporte hidroviário no Brasil ainda é muito pequeno, mas existem projetos para intensificar o setor, atingindo índices de 29% até o ano de 2025 após a conclusão das obras do PAC”, explicou Manoel. Segundo ele, o Paraná pretende após o término das obras do PAC e conclusão dos estudos sobre a transposição do Lago de Itaipu, captar cargas dos estados do Mato Grosso, Goiás, São Paulo e Minas Gerais.

“Queremos investir no transporte de cargas hidroviárias. Isso vai beneficiar não apenas a navegação nos nossos rios, mas também as nossas ferrovias”, lembrou.

Ao todo, o Paraná possui 8,5 mil quilômetros de rios navegáveis na bacia do rio Iguaçu e do rio Paraná. “Ainda temos gargalos comerciais e de infra-estrutura, devido às grandes extensões que envolvem qualquer obra de navegação. Mas o desenvolvimento do sistema de transporte hidroviário é importante para o Paraná e o governo tem avaliado todos os projetos voltados a parceria no setor”, reforçou.

As palestras de encerramento do Simpósio ficaram por conta do professor da Faculdade de Ciências e Letras de Paranaguá (Fafipar), João Roberto Barros Maceno Silva, que falou sobre a reciclagem de resíduos em áreas costeiras e do diretor do Porto de Antonina, Paulo Rocha, que falou sobre a revitalização do local.

Já os desafios do setor portuário para a gestão de bacias costeiras e os impactos causados pelas atividades portuárias em ambientes praias foram temas das palestras do professor Paulo Marques, da Universidade Federal do Litoral (UFPR Litoral) e pelo professor Carlos Alberto Borzone, do Centro de Estudos do Mar (CEM) de Pontal do Paraná (UFPR).