Resultados do monitoramento da pesca chegam à comunidade litorânea 20/06/2013 - 16:50


Em reunião intermediada pelo IAP, Appa e empresa responsável pelo estudo apresentam os dados a representantes dos pescadores de toda a região

   Lideranças de comunidades pesqueiras de diferentes localidades do Litoral tiveram acesso, nesta quinta-feira (20), às conclusões do relatório de levantamento da pesca realizado pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). A pesquisa vem sendo realizada desde antes e durante o período da dragagem de manutenção do canal de acesso aos portos paranaenses. Além de receberem os dados, os pescadores puderam debatê-los com representantes do Porto, do órgão ambiental do Estado e da empresa responsável pelo monitoramento.

   “A intenção do Núcleo Ambiental da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) é fazer desses diálogos com a comunidade algo permanente, em toda e qualquer situação, não apenas em audiências prévias às obras. Afinal, as atividades dos portos do Paraná têm que ser desenvolvidas em equilíbrio com todo o meio ambiente que nos envolve – a natureza, a comunidade (em suas outras atividades econômicas) e a cidade”, afirma o diretor técnico da Appa, Paulinho Dalmaz.

MEDIADOR - A reunião foi intermediada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP). De acordo com o chefe da regional do órgão no Litoral, Cyrus Augustus Moro Daldin, muitas vezes as simples audiências públicas, exigidas nos processos para a realização de obras de impacto – como as de dragagem – não conseguem atingir todo o público.

   “Uma reunião mais informal como esta que participamos hoje traz resultados bem melhores, pois é uma oportunidade da comunidade entender, compreender e acompanhar os trabalhos que vêm sendo realizados”, explica.

   Ainda segundo o diretor, apesar da responsabilidade de licenciamento dessas obras ser do órgão federal, Ibama, o escritório regional do IAP resolveu estabelecer esse canal por estar mais próximo da realidade local. “Muitos pescadores nos procuram para tirar dúvidas e ter acesso às informações. Como o licenciamento é feito por Brasília, existe uma dificuldade de acesso à comunidade. Nesse caso, estamos abrindo os debates durante a conclusão da dragagem de manutenção, já preparando para estabelecer essa cultura do diálogo para a dragagem de aprofundamento, que se aproxima, e para as outras obras futuras. Assim, as coisas vão fluir melhor”, conclui.

   Para o pescador Pedro da Silveira Alves, de 64 anos, de Pontal do Paraná, a iniciativa é positiva. “Eu acho que é uma porta aberta, uma janela clara a nosso favor. Com o desenvolvimento da área portuária em Paranaguá e agora para a região de Pontal, se não houver o diálogo, sem esse envolvimento, essa oportunidade da gente expressar as nossas necessidades, seria difícil”, comenta ele, que está na atividade pesqueira há quase 40 anos.

DADOS – Os resultados foram apresentados aos pescadores pela representante da DTA Engenharia, empresa responsável pela dragagem, a bióloga Lígia Módolo Pinto. Sobre o monitoramento da pesca, ela mostrou que, em Paranaguá, foram analisados 1.062 desembarques, em quatro meses. A maior quantidade foi na Vila Guarani, na Ilha do Teixeira e Valadares. Os principais produtos da pesca eram ostra, siri e caranguejos.

   Além da pesca, foram apresentados os resultados dos monitoramentos da água, dos sedimentos, da biota aquática, da pluma (do descarte do material dragado) e do volume dragado. Todos positivos, dentro dos parâmetros exigidos pelos órgãos ambientais.

DRAGAGEM - Atualmente, está sendo concluída a dragagem de manutenção do canal de acesso ao Porto de Antonina, segunda fase dos trabalhos de dragagem iniciados pela Appa no último mês de julho. Ao todo, será retirado um milhão de metros cúbicos de sedimentos. Nesta fase, uma draga com capacidade de cisterna de cinco mil metros cúbicos está sendo utilizada. Com a dragagem, o canal de acesso ao Porto de Antonina permitirá a navegação de navios de até 8,9 metros. Hoje, o calado permitido em Antonina é de 7,10m. A primeira etapa da campanha, que é a dragagem de manutenção do canal de acesso ao Porto de Paranaguá, já está concluída. O custo total da obra é de R$ 37 milhões e está sendo paga com recursos próprios da Appa.

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