Turista alemã se encanta com o Porto de Paranaguá 11/02/2020 - 14:25

“O porto mais bonito até agora”. Foi assim que a diretora sênior de projeto estratégicos Parvathy Sankar descreveu a chegada ao Porto de Paranaguá no dia 1o. de fevereiro numa foto postada no Instagram. Ela é alemã, de origem indiana, mora e trabalha numa multinacional na Alemanha, mas resolveu embarcar em Cingapura numa viagem pouco usual: partir do Oceano Índico e cruzar o Atlântico num navio de contêineres junto com o marido Manohar. A experiência acabou sendo relatada em blogues e nas redes sociais e o resultado, para ela, foi de paixão numa relação com o mar que poucos podem ter.

“Meu marido leu a biografia de Alexander Humboldt (que navegou da Europa para a América do Sul há 200 anos) e estava curioso sobre como se pode atravessar o Atlântico sem pegar um navio de cruzeiro. Ele encontrou a agência Slow Travel Experience (www.langsamreisen.de) sediada em Hamburgo. Quando ele me contou a ideia, eu pensei que seria algo muito diferente”, justificou Parvathy.

De acordo com ela, os dois tinham interesse em conhecer a América do Sul e devido a agenda deles e a rota disponível o embarque teria que ser em Cingapura. “Não tínhamos estado em nenhum navio antes por mais de 2 horas (entre a Dinamarca e a Noruega). Nesta viagem, depois de Singapura, a primeira parada foi 23 dias depois, no Rio de Janeiro. Isto foi um pouco preocupante – E se ficarmos terrivelmente enjoados depois de alguns dias? - mas achamos que ainda que deveríamos tentar”, apontou.

E como foi a viagem? “Interagimos de perto com a tripulação e a sua vida diária e participamos de perto nas suas atividades, como observadores. Isso nos aproximou mais de como essa enorme indústria de navegação funciona em nos bastidores e como as pessoas que são responsáveis por trazer produtos diferentes para nós, de outras partes do mundo, vivem seu dia a dia, que normalmente não aparecem para as pessoas”, destacou.

Ao mesmo tempo em que acompanhavam o funcionamento de um navio cargueiro, Parvathy e marido também se comunicavam com a família e amigos através da internet, nos blogues lifeofpayi.travel.blog e cargomanu.travel.blog. “Quando falamos da viagem à minha família, eles estavam preocupados em manter o contato porque eu normalmente falo com eles diariamente. Já os nossos amigos ficaram muito curiosos pois fomos os primeiros entre a gente a viajar de navio porta contêineres. Eles queriam saber mais sobre a nossa aventura e saber mais sobre este tipo de viagem”, revelou.

De Cingapura, eles navegaram até as escalas no Rio e em Santos, antes de chegar em águas paranaenses. “O porto de Paranaguá foi uma mistura perfeita de comércio e natureza se unindo. A maneira como se manteve a beleza intocada da natureza de um lado e as operações portuárias do outro foi o que mais me chamou a atenção”, elogiou. Para ela, a Baía de Paranaguá é como uma obra de arte. “A estética do porto com os guindastes azuis, e os contêineres multicoloridos com o fundo das montanhas pendurados pelas nuvens fizeram com que o cenário fosse perfeito”, avaliou.

Após deixar o Paraná, o navio rumou para Navegantes e Montevidéu, onde eles desembarcaram para conhecer o Uruguai e, depois, a Argentina. “Viajar de navio porta contêiner nos dá uma visão de uma cidade de um ângulo que um turista normal não tem. Trinta dias no mesmo navio nos levaram a nos unirmos muito com a tripulação e os colegas passageiros porque esta não foi uma experiência que se possa ter em terra. E estas são ligações que esperamos manter por muito tempo”, finalizou.

Ela tem 45 anos e o marido, 46. Ambos trabalham na empresa de tecnologia SAP, na cidade de Heidelberg. O navio onde viajaram se chama CMA CGM Rodolphe, tem cerca de 300 metros de comprimento por 48 de largura. Após Montevidéu, o cargueiro foi a Buenos Aires e tem na programação uma parada em Rio Grande/RS e Navegantes/SC antes de retornar a Paranaguá na sexta-feira, dia 14, passar por Santos e voltar a Cingapura.

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