Cerca de 950 crianças, alunos da 3ª e 4ª série do ensino fundamental de 24 escolas públicas de Paranaguá, participam, até o final de outubro, de um projeto cultural, artístico e educativo que promove o conhecimento sobre o cotidiano portuário e a história das conquistas marítimas nos 75 anos do Porto de Paranaguá. O objetivo é promover e divulgar a cultura local, através de atividades interdisciplinares, dentro e fora da sala de aula.

A iniciativa envolve a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa); o Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal do Paraná (MAE); a Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (Fafipar); e a Secretaria Municipal de Educação. O projeto conta, ainda, com o apoio da Associação dos Amigos do Museu Oscar Niemeyer.

Todas as turmas participantes acompanham, no cais do Porto de Paranaguá, as operações de carga e descarga de mercadorias, além de visitarem a mostra Séries do Porto, exposta no MAE, com 25 telas e gravuras que retratam o tema nos mais diferentes períodos históricos. O conhecimento adquirido nos passeios é então aplicado em atividades teóricas e práticas pelas professoras da rede pública de ensino, que contam com material especial e orientação de alunos e professores de pedagogia da Fafipar.

De acordo com o superintendente da Appa, Mario Lobo Filho, a proposta resgata a identidade parnanguara e apresenta às crianças uma série de saberes sobre a cidade e suas raízes portuárias. “Muitos destes estudantes nasceram em Paranaguá e sempre viveram aqui, mas não tem idéia do passado do nosso porto e da importância econômica e social que ele desempenha na região. Repassar este conhecimento é essencial para valorizar a história da nossa gente”, destacou.

O cronograma de visitação garante prioridade para as escolas com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o aprendizado tem continuação nas aulas de geografia, história e artes. “Temos um trabalho conjunto com os professores do ensino fundamental, que são essenciais para aprofundar os temas abordados nas visitas. Eles recebem orientação e materiais didáticos específicos”, conta a professora Carmem Rodrigues da Costa, do curso de pedagogia da Fafipar.

“A articulação com diversas instituições promove a interdisciplina. O projeto integra a educação formal, que acontece na escola; a educação não formal, que é a cultura aprendida nos museus, por exemplo; e a educação informal, que acontece dentro dos grupos sociais”, explica ela.

RESULTADOS: Desde o início do projeto, no dia 30 de agosto, quase 100 alunos já visitaram o porto e o museu. Segundo a coordenadora do setor educativo do MAE, Yara Aparecida Garcia Tavares, até o final de setembro, estudantes e professores devem responder uma pesquisa com a avaliação das atividades. “Teremos um comparativo do que foi realizado em sequência pelas escolas e uma pesquisa sobre o desempenho das visitas e atividades práticas”, adianta ela.

Para a professora da 4ª série da Escola Municipal Maria José Tavares, Débora Teixeira Santos, a programação foi a oportunidade para aprofundar, em sala de aula, temas ligados à geografia do Paraná, meio ambiente e transações comerciais como exportação e importação. “Com a vivência na prática fica mais fácil para as crianças entenderem o que explicamos na teoria. Eles se mostram bastante interessados e querem saber mais sobre o que viram e ouviram”, conta.

As alunas Juliana Ribeiro Neves e Ana Carolyna Dias Mendes destacaram as visitas como a parte favorita do projeto e vão sugerir o passeio para os pais. “Foi muito legal e eu aprendi bastante”, disse Juliana. “Acho que vale para todo mundo, não só para estudantes”, completou Ana.

Kauane Padilha da Silva, de 10 anos, gostou das atividades práticas, como pintura e dobradura, sugeridas na cartilha produzida e distribuída pela Appa, em parceria com o Museu Oscar Niemeyer. “Assim a gente conhece muita coisa e é divertido”, revela.

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