Caminhoneiros e trabalhadores são vacinados contra a gripe 23/04/2020 - 15:47
Caminhoneiros que descarregam no Porto de Paranaguá e trabalhadores portuários, como estivadores, arrumadores e conferentes, participam nesta quinta (23) e sexta-feira (24) da terceira fase da campanha de vacinação contra a gripe. Nos dois dias, serão disponibilizadas 5 mil doses para os profissionais que estão na linha de frente de uma das atividades essenciais para o abastecimento do Brasil.
A medida é uma parceria da Portos do Paraná com a Secretaria de Estado da Saúde, Prefeitura e Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO). A estratégia de imunização incluiu os trabalhadores e motoristas nos grupos prioritários depois de um pedido do Ministério da Infraestrutura para o Ministério da Saúde.
“Estes profissionais continuam trabalhando para manter a atividade portuária, que é essencial para escoar os alimentos produzidos no campo”, disse o presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. Segundo ele, os portos são responsáveis pelo abastecimento, chegada de remédios, equipamentos médicos e insumos. “Por isso, é nosso dever garantir as condições necessárias para a segurança de quem está na linha de frente”, destaca.
Nesta fase, além dos caminhoneiros e portuários, a prioridade é imunizar profissionais das forças de segurança e salvamento, portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas, população privada de liberdade, povos indígenas e motoristas de transporte coletivo.
“A meta é atingir 90% da população-alvo, destacando sempre que a vacina contra a gripe é segura”, afirma o secretário estadual da Saúde, Beto Preto. “Esta vacina não imuniza contra o coronavírus, mas se protegendo contra a Influenza a pessoa reduz as chances de infecções mais graves e internações pelos vírus da gripe”, acrescenta o secretário.
ESTRATÉGIA – Para a vacinação dos caminhoneiros e motoristas, a Secretaria da Saúde fez parceria com o Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest-Senat), Polícia Rodoviária e postos de combustíveis com bandeira Shell.
No Pátio de Triagem de Caminhões do Porto de Paranaguá, quem se vacinou incentiva os colegas de profissão para fazer o mesmo. “É muito importante, porque é uma prevenção. Caminhoneiros do país todo vêm para Paranaguá, então é uma oportunidade para quem está sempre na estrada. Tem que aproveitar”, avalia o caminhoneiro Thales Donadel.
“É um incentivo para o pessoal se cuidar um pouco mais, porque geralmente os motoristas não se cuidam”, pondera o caminhoneiro Cleusio Gallo. O colega Zelmiro Luiz De Bortoli concorda. “Está sendo ótimo. Tomar a vacina é um cuidado com ao motorista”.
Na sede do OGMO, 1,3 mil vacinas são destinadas aos Trabalhadores Portuários Avulsos (TPAs). “Para nós, que trabalhamos na faixa portuária e convivemos com navios de diversos países, é um cuidado a mais que a gente precisa ter. Alguns já estão com mais idade, mas independente disso, precisamos proteger todo mundo”, diz o estivador Adriano dos Santos Henrique.
O estivador Lucas Vieira de França conta que é importante receber a dose mesmo não imunizando contra a Covid-19. “Previne contra a gripe comum e já é uma coisa a mais. Para nós é mais segurança. Temos que nos prevenir, porque a vacina já ameniza e a gripe não vem com tanta força no inverno”, disse.
POSTOS DE SAÚDE: Esta fase da campanha se estende até o dia 9 de maio e é possível se vacinar também nos postos de saúde municipais. A Secretaria distribuiu para as 22 Regionais de Saúde cerca de um milhão de doses da vacina. “Temos vacina suficiente para o público estabelecido pelo Ministério da Saúde e recomendamos que as secretarias municipais vacinem, como a realizada hoje no Porto de Paranaguá, e promovam parcerias com escolas, igrejas, centros sociais e outras instituições para imunizarmos o maior número possível de paranaenses”, disse o secretário Beto Preto.
Na primeira fase o Estado vacinou 1,420 milhão de pessoas, entre trabalhadores da área da saúde e idosos.
Segundo o Ministério da Saúde, a vacina não age contra a Covid-19, mas protege contra os três tipos de gripe mais comuns registradas no hemisfério sul no ano passado: Influenza A (H1N1), Influenza B e Influenza A (H3N2), auxiliando os profissionais de saúde na exclusão do diagnóstico do coronavírus, já que os sintomas são semelhantes aos da gripe.