Comunicação inclusiva reúne exemplos de superação na Portos do Paraná 06/12/2024 - 14:38
Encontro mostrou a trajetória de Isabelle Dias, primeira vereadora surda de Paranaguá, destacou o exemplo da Escola Bilíngue Nydia Moreira Garcêz e ampliou o debate sobre o tema na empresa pública.
No Dia Nacional da Acessibilidade, celebrado nesta quinta-feira (5), o Comitê de Ética e Integridade da Portos do Paraná realizou um encontro para ampliar o debate sobre os direitos de todos, independentemente da condição física, sensorial ou intelectual. A primeira vereadora surda de Paranaguá, Isabelle Dias, e os trabalhos da Escola Bilíngue para Surdos Nydia Moreira Garcêz foram os destaques do evento. Os participantes puderam conhecer o dia a dia de quem não tem audição e como é o processo de educar para promover a integração na sociedade.
“Como trabalhamos a nossa comunicação quando temos uma pessoa com deficiência no nosso meio? Já pensamos nisso ou deixamos para pensar apenas quando encontramos a pessoa e aí passamos a refletir sobre? Não é assim que tem que ser. É algo que devemos pensar e praticar todos os dias. A inclusão não é só um tema a ser levantado, é uma realidade a ser praticada”, justificou Cinthia Breidenbach, coordenadora do Comitê de Ética e Integridade.
A Comunicação Inclusiva marcou a primeira edição do café voltado ao debate ético, uma oportunidade para os funcionários da Portos refletirem sobre o tema. A vereadora Isabelle Dias contou que ficou surda após contrair meningite quando ainda tinha menos de um ano de idade. A sequela trouxe grandes dificuldades, principalmente para estudar. Apesar disso, ela superou os obstáculos, tornou-se professora e foi eleita vereadora de Paranaguá – a primeira legisladora surda da cidade.
“Este ano é meu último mandato. Infelizmente, não vou continuar no cargo porque perdi a eleição, mas eu digo que não estou triste. Existem ciclos que a gente abre e ciclos que precisam ser fechados. Minha família me dá muita motivação, e minha vida é incrível nesse sentido. Sem a minha família, eu não conseguiria ‘estar’ vereadora, ser professora ou ter passado em um concurso. Muitas vezes desanimei, mas sempre me posicionei. As pessoas falaram coisas negativas de mim, que não seria capaz, e, hoje, essa representatividade mostra que todos nós, eu e vocês, somos capazes”, destacou Isabelle.
A professora Letícia Mazetto, pedagoga da Escola Bilíngue para Surdos Nydia Moreira Garcêz, explicou como é o dia a dia na instituição. Ela enfatizou que o ensino vai além de ter alguém traduzindo em Libras uma aula feita para alunos ouvintes. “O intérprete é um instrumento de comunicação, mas, na sala de aula, o professor tem que ensinar, tem que passar o conhecimento para as crianças e fazer atividades que se tornem visuais, que se tornem bilíngues. Por isso, a acessibilidade é tão importante”, finalizou a professora.
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