Cresce exportação de grãos por contêineres via Paranaguá 13/11/2013 - 17:20

Aumento também pode ser percebido na importação de fertilizantes. A agilidade no processo tem atraído mais empresas a adotarem o recebimento e envio de commodities via contêineres

   Seguindo a tendência do mercado mundial, as cargas movimentadas pelo Porto de Paranaguá estão cada vez mais conteineirizadas. A movimentação de contêineres com produtos, que antes eram exportados ou importados apenas a granel (soltos no porão do navio), está significativamente maior, segundo o registro do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP). Entre os grãos – soja e milho – esse aumento é de quase 400%.

   De acordo com os dados do terminal, arrendatário do Porto de Paranaguá, em 2012 foram exportados 1.881 contêineres de soja e milho. Este ano, já são quase 8,8 mil, um aumento de 368%. No caso da importação, se destaca a movimentação de contêineres de fertilizantes. Em 2012, foram 1.259 contêineres dos produtos. Este ano, 2.153; um aumento de 71%.

   Para o superintendente dos portos do Paraná, Luiz Henrique Dividino, o aumento reflete uma tendência natural do mercado marítimo internacional. "Há uma tendência crescente de movimentação de mercadorias por contêineres, sobretudo pela agilidade na operação. O volume movimentado de grãos e fertilizantes, apesar de ser pequeno, destaca-se porque está crescendo bastante de um ano para o outro", afirma Dividino.

   Segundo o TCP, as vantagens de movimentar essas cargas em contêineres são, principalmente, qualidade e agilidade. “Os navios break bulk (que leva a carga solta no porão) costumam ter line-up (programação) elevado, podendo chegar a 70 dias de atraso nas atracações. Isto equivale ao aumento de custo operacional e equilibram a conta entre os modais. Ou seja, compensa pela garantia de entrega e prazo”, explica o diretor superintendente do terminal, Juarez Moraes e Silva.

   Quanto à qualidade desse produto que chega ou sai do Porto de Paranaguá em contêineres, Moraes e Silva afirma que é diferenciada. “Estima-se que os países importadores - no caso do Brasil, os fertilizantes e da Ásia, as commodities - estão estruturados para receber a mercadoria no destino final (interior, fazendas etc), evitando possíveis custos extras e garantindo a qualidade do produto adquirido”, afirma.

Operadores – De acordo com o departamento comercial do TCP, a principal empresa exportadora de grãos em contêineres, pelo Porto de Paranaguá, é a Adm do Brasil. As principais importadoras de fertilizantes pelo modal são as empresas Compo do Brasil (multinacional com sede em Santa Catarina) e BRFERTIL.

   Esta última empresa é paranaense – com filial em Rondonópolis, no Mato Grosso. De acordo com o diretor Aluísio Teixeira, a opção pela movimentação dos fertilizantes em contêineres foi feita pela facilidade, já que a empresa ainda não tem um armazém em Paranaguá. “Por enquanto é a opção que temos, mas os custos e dificuldades logísticas – de volumes, armazenagem – ainda impedem que o volume importado em contêineres sejam maiores. Se houvesse uma redução nos custos dessa operação, compensaria ainda mais”, afirma.

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