Estudo mostrará novos tamanhos de navios que poderão operar nos Portos do Paraná 06/08/2010 - 12:30

Usuários dos portos públicos do Paraná participaram de uma reunião, na tarde de quinta-feira (5), na sede da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa,) para conhecer o escopo de um estudo de manobrabilidade, que deve servir para determinar limitações de tamanho dos navios que realizam movimentações de carga nos terminais paranaenses, conforme projetos de dragagem e necessidades do mercado externo.

A proposta é dar meios para que os portos do estado estejam aptos a receber novos tipos de embarcação que passarão a operar na América do Sul com a realização de futuras obras de manutenção e aprofundamento do acesso marítimo. Participaram da reunião operadores portuários, armadores, práticos, autoridades marítimas e usuários dos terminais paranaenses.

Equipamentos de última geração devem simular manobras de atracação em tempo real, nas mais diferentes condições ambientais e com variados graus de dificuldade. A previsão é que o estudo comece de imediato e seja concluído em 60 dias, resultando em um relatório de viabilidade e eventuais restrições a ser apresentado em um workshop com duração de três a quatro dias, voltado para a comunidade portuária e marítima.

Dados e simulações devem ser usados como referência para planejamentos futuros de desenvolvimento dos Portos Organizados do Paraná, a médio e longo prazo. “A intenção é discutir o porto que queremos, para que, assim, possamos determinar projetos arrojados que acompanhem as exigências do comércio internacional”, disse o diretor-superintendente do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), Juarez Moraes e Silva, durante a reunião.

O estudo, feito por uma empresa especializada, considera três cenários de atuação: o atual, no qual o Porto de Paranaguá está autorizado a receber navios com até 301 metros de comprimento e 40 metros de largura; o obtido em médio prazo, com a dragagem de manutenção do acesso marítimo, prevista pelo termo de compromisso assinado entre Appa, IAP e Ibama; e o de longo prazo, obtido com as obras de aprofundamento dos berços e do canal da Galheta.

“Com o licenciamento de operações, emitido pelo Ibama, começaremos de imediato as obras de manutenção de profundidade, que garantem que os nossos berços de atracação resgatem sua geometria histórica. Todos passarão a ter 14 metros de profundidade, o que atende cerca de 90% dos navios que têm rota pela América Latina”, afirma o diretor técnico da Appa, André Cansian.

Além de apresentar análise com limites operacionais, os resultados obtidos pelo estudo podem servir para treinamento de equipes e pilotos, análise de acidentes e análise para a construção de novos terminais ou novos berços, adequados aos grandes navios, formando um banco de dados para projetos futuros, como a construção do Cais Oeste, em Paranaguá, por exemplo.

Entre os pontos abordados, estão mapeamentos de rochas e areia, medições oceanográficas, taxas de assoreamento e velocidade de correntes marítimas.