Guarda portuário é convidado para expor novamente no Carrousel du Louvre 15/04/2025 - 13:31

Pintor de Paranaguá vai levar arte realista ao Salão Internacional em Paris no mês de outubro
O sucesso da exposição da obra “Monalisa Parnanguara” em Paris, no ano passado, foi tanto que o guarda portuário Amilton Lourenço foi novamente convidado para expor suas telas no Salão Internacional de Arte Contemporânea, programado para outubro, no Carrousel du Louvre. O quadro, que retrata a esposa do artista, ainda não está confirmado para integrar a nova mostra, mas novidades estão sendo preparadas para o público que passará pelo museu e suas galerias.
Funcionário da Portos do Paraná, Lourenço pretende levar para a Europa 14 telas realistas com o colorido do Brasil. “Nunca tinha exposto na minha vida e, depois dessa exposição — que, na minha avaliação, foi um sucesso, sem contar que foi uma experiência incrível — recebi o chamado para retornar, desta vez como artista convidado”, declara o guarda portuário.
O Salão Internacional de Arte Contemporânea ocorre duas vezes por ano no Carrousel du Louvre, área localizada no subsolo do famoso museu, junto à pirâmide invertida. A presença da arte de Lourenço está programada para os dias 17 a 19 de outubro. “A ideia é levar quadros com as paisagens que temos aqui. Vou mostrar que a nossa região é extremamente rica em imagens marcantes”, antecipa.
Ele guarda ótimas memórias da receptividade que teve em Paris no ano passado. “Recebi um retorno muito positivo sobre as pinturas que levei. Pessoas do mundo inteiro visitaram meu estande e a admiração em relação às imagens ficou bem evidente. Muitos brasileiros que vivem na Europa, de certa forma, mataram a saudade do Brasil olhando meus quadros”, relembra.
O sucesso também repercutiu entre os colegas que participaram da mostra. “Foi uma surpresa gratificante ver meus quadros gerando comentários em outros estandes. Eram mais de 200 artistas do mundo todo. Vários vieram me visitar, conversar e tirar fotos comigo. Alguns fizeram até lives. Gente do Japão, da China, da África, do Leste Europeu, dos Estados Unidos... O retorno foi muito positivo”, comemora.
O realismo que se aproxima do impressionismo é a técnica adotada por Lourenço em suas telas. “Eu era um dos poucos com pinturas contemporâneas com sentido realista. A maioria do material em exposição era abstrata, cubista ou de técnicas mistas. As pinturas clássicas, quase que exclusivas, eram as minhas — e isso chamou muita atenção”, destaca o artista.
Quando não está pintando, o guarda portuário toca em bandas de rock e de música popular. Sim, Lourenço também é músico. “Tive iniciação em regência orquestral. Toquei violoncelo por alguns anos na Filarmônica da Universidade Federal do Paraná. Mas também sou contrabaixista e toco em algumas bandas desde os 17 anos. A pintura e a música vieram antes de eu entrar no porto. Eu só adaptei os meus horários e continuei a vida artística”, finaliza Lourenço.