Infraestrutura portuária é destaque no 5º Foro de Agricultura da America del Sur 25/08/2017 - 11:19

Os investimentos feitos nos Portos do Paraná nos últimos anos foram destaque no 5o Foro de Agricultura da America del Sur, que ocorreu entre os dias 24 e 25 deste mês, em Curitiba, organizado pelo setor de agronegócio da Gazeta do Povo. Durante a apresentação do painel “Infraestrutura: Soberania e Geopolítica do Escoamento de Grãos”, na última quinta-feira (24), foi ressaltada a importância das boas condições de exportação e importação para a promoção da agricultura.

O diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino, foi o mediador do painel, que contou com a participação do diretor-presidente da CCR Rodonorte, José Alberto Moita, e do diretor regulatório e institucional da Rumo, Guilherme Penin.

Dividino fez uma avaliação histórica sobre o crescimento do agronegócio e da demanda mundial pela produção de alimentos. “Sempre é uma satisfação falar deste tema, porque 75% dos nossos clientes são do agronegócio. A infraestrutura é um dos pontos cruciais para o setor, que é a grande vertente econômica do Brasil”, destacou, lembrando que há 50 anos o Brasil era dependente e importador de alimentos. “Hoje somos o principal fornecedor mundial de commodities”, reforçou.

Durante a exposição, o diretor-presidente citou a pesquisa da Confederação Nacional da agricultura (CNA) que aponta uma necessidade anual de aumento na produção de commodities agrícolas em 25 milhões de toneladas, especialmente de milho, farelo e soja, explicando que as condições de escoamento influenciam diretamente nesse aspecto.

“Nos últimos seis anos, o Porto de Paranaguá recebeu investimentos públicos que somam R$ 600 milhões. Por conta disso, outros R$ 1,8 bilhão foram aportados pela iniciativa privada, para aumentar a capacidade de recebimento e movimentação de cargas”, mencionou Dividino. “Eliminamos as filas de caminhões e reduzimos a fila de navios e a demurrage, além de aumentarmos a produtividade do Porto em 33%. Por essas e outras ações, estamos batendo recordes em cima de recordes”, enumerou o presidente da Appa.

No entanto, ele reforçou a importância de investimentos para que a produção possa chegar até o Porto. “No último mês de julho, batemos o recorde em descarga de vagões no Corredor de Exportação, com 182% de aumento no período de janeiro a agosto. No entanto, chegam ao Porto por trem apenas 9 milhões de toneladas de grãos ao ano, sendo que temos capacidade para descarregar 30 milhões de toneladas anualmente”, enfatizou Dividino.

RODOVIAS – O diretor-presidente da CCR-Rodonorte, José Alberto Moita, apresentou um diagnóstico do transporte de cargas no Brasil. Segundo ele, na região Sul, cerca de 70% da carga é transportada pelo modal rodoviário, 25% pelo modal ferroviário e 5% via embarcações.

Já a pavimentação no Brasil – com 25 km de rodovias pavimentadas para cada 1.000 km² de área – é imensamente inferior à dos Estados Unidos, que possui 438 km de rodovias pavimentadas para 1.000 km², e da China, com 359,9 km de pavimentação de vias nesta mesma quantidade de área.

FERROVIAS – O diretor regulatório e institucional da Rumo, Guilherme Penin, falou sobre o plano de investimentos da empresa para o Brasil, após a fusão com a América Latina Logística (ALL). “O Plano de Negócios da Rumo prevê R$ 8,5 bilhões de investimentos, visando à capacidade de 70 bilhões de toneladas transportadas por quilômetro útil (TKUs) em seis anos”, contou.

Segundo ele, 90% do que chega de açúcar a Paranaguá é transportado por ferrovia. Já em relação aos grãos, esse percentual é de apenas 20%. Entre os desafios apresentados pelo diretor da Rumo para aumentar o índice no transporte de grãos para Paranaguá, estão melhoraria da qualidade das vias; troca de vagões antigos e danificados; e superação de restrições de pontos críticos da serra.


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