Maior espécie de raia do mundo aparece no entorno do Porto de Paranaguá 13/06/2014 - 14:40

Pesquisadora busca apoio para estudar os detalhes dessa presença ilustre na região. Aqui é o único estuário no mundo onde está confirmada a ocorrência sazonal da espécie

   Uma pesquisadora catarinense, formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), registrou a ocorrência de raias mantas na área de influência do Porto de Paranaguá. Com o Projeto Raia Manta, agora ela estuda os detalhes da presença dessas, que são as maiores raias do mundo, aqui na região. A baía paranaense é o único estuário onde está confirmada a ocorrência sazonal dessa espécie.

   Como explica Andrielli Medeiros, todo ano – na mesma época e no mesmo local – as raias mantas têm aparecido na Baía de Paranaguá, em frente à Ilha das Peças. Essas raias são as maiores do mundo, alcançam até 7m de comprimento entre uma nadadeira e outra.

   “Ainda não sei o motivo de elas entrarem no estuário, tenho somente hipóteses que estão sendo estudadas, como para alimentação e realização do parto e reprodução. A Ilha faz parte da área indireta de influência do Porto de Paranaguá. Por isso, o projeto pretende fazer uma parceria com a equipe do Núcleo Ambiental da Appa para utilizar os dados do monitoramento realizado no canal da Galheta, desembocadura norte, do porto para comparar a desembocadura sul (do porto) com a desembocadura norte (das mantas) para entender porque elas entram somente por aquele canal”, afirma.

   Ainda de acordo com Andrielli, as raias mantas nadam na coluna d´água, batendo as nadadeiras, como se "voassem" dentro água; e também saltam para fora da água, saltos únicos ou duplos, geralmente batendo o dorso (costas) na água como ocorre na baia de Paranaguá.

Especial
- “A ocorrência das raias mantas é comum em áreas oceânicas, em ilhas ou recifes de coral. A ocorrência delas em estuário (áreas abrigadas onde a água do mar se mistura com a água dos rios) se restringe a registros esparsos na costa dos Estados Unidos e agora aqui na Baia de Paranaguá, sendo aqui o único lugar no mundo onde elas aparecem sazonalmente”, completa.

   Segundo a pesquisadora, o número exato de raias mantas que circulam por aqui ainda é difícil de saber. “Mas tenho mais de 320 saltos de raias mantas registrados até agora, nos anos de estudo, que podem ser de indivíduos diferentes ou não. A presença dela ali é um grande presente para todos. Elas são enormes, magníficas e pouquíssimo conhecidas e estudadas no mundo, além de serem muito inteligentes, tem o maior cérebro dos peixes”, comemora Andrielli.

Presença - Como mostra o estudo da oceonografa, as raias mantas entram no estuário no verão, mas o mês de entrada e saída varia de ano para ano. “Monitoro de dezembro até junho. Elas ocorrem em meio a este período, geralmente com um mês de pico de ocorrência: em 2012 foi em abril, 2013 em fevereiro, 2014 em janeiro”, detalha.

   Como indica a pesquisadora, para avistá-las a melhor maneira é sentar na beira da praia da Vila da Ilha das Peças e observar o mar. “O salto ocorre de repente e se tiver sorte poderá ver dois saltos. Os nativos falam que não pode apontar para a manta saltando, senão elas não realizam o segundo salto. Andar de barco diminui a possibilidade de avistá-las, alem de ser perigoso ocorrer de elas arrastarem barcos fundeados, de ocorrer colisões com elas e com os golfinhos e do motor espantá-las”, orienta.

   As imagens do "Projeto Raia Manta" estão disponíveis no Facebook e no site projetoraiamanta.wix.com/promantas.

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