Equipes das diretorias de Engenharia, Operação e Meio Ambiente trabalham para garantir maior competitividade e proteção à navegação em Paranaguá e Antonina

Quem observa apenas o entra e sai de navios no Canal da Galheta, acesso ao cais do Porto de Paranaguá, nem sempre imagina a quantidade de profissionais e setores envolvidos para garantir uma operação portuária eficiente, reconhecida nacionalmente. É um trabalho conjunto, que organiza o tráfego de embarcações e assegura uma navegabilidade segura.

No ano passado, 2.724 navios atracaram na estrutura portuária paranaense, um crescimento de 4% em relação a 2023, evidenciando a eficiência dos setores responsáveis por esse processo.

“Nossa equipe é altamente qualificada, e investimos constantemente na capacitação dos nossos profissionais para aplicarem as práticas mais modernas utilizadas nos melhores portos do mundo. Isso nos torna um diferencial para o mercado e referência no Brasil e internacionalmente”, destaca Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente da Portos do Paraná.

Engenharia e segurança da navegação
Para o gerente de Engenharia Marítima, João Luiz Jardim, a segurança é um dos pilares essenciais da atividade portuária. “Nosso compromisso é garantir as condições necessárias para que a operação portuária aconteça com eficiência e responsabilidade”, afirma o engenheiro civil, formado pela Universidade Estadual de Pernambuco e pelo Stevens Institute of Technology (EUA).

Ele lidera uma equipe especializada, responsável pelos projetos de sinalização náutica, conferências de dragagem, infraestrutura de acostagem e infraestrutura civil operacional.

“As análises das informações relacionadas a esses projetos são feitas internamente pela nossa gerência, o que nos garante um elevado nível de confiabilidade. Desenvolvemos cálculos de assoreamento, previsibilidade de volumes de dragagem e avaliação da qualidade batimétrica internamente”, explica Jardim. O engenheiro também destaca o avanço na implementação do BIM (Building Information Modeling), tecnologia que possibilita simulações e testes virtuais dos projetos, além de auxiliar no gerenciamento de custos e viabilidade técnica das obras de infraestrutura civil.

Coordenação do tráfego marítimo
A integração entre diferentes áreas do porto é essencial. Para a realização de obras, como a reforma de um berço de atracação, a instalação de uma passarela metálica ou a própria dragagem para aumento de calado, são necessários profissionais de diversas áreas, além da engenharia.

Renata Gusmão, técnica portuária graduada em Logística e apaixonada por Comércio Exterior, é uma dessas profissionais. À frente da Coordenação de Tráfego Marítimo, ela tem a missão de manter a operação portuária sem grandes impactos no carregamento e na descarga de mercadorias dos navios.

“Fazemos a ponte entre os setores envolvidos na operação. O de Segurança do Trabalho é um deles, principalmente quando realizamos simulados para treinar nosso pessoal para emergências. No caso de obras, organizamos as operações para deixar os berços livres e readequamos a escala das embarcações para que o porto continue operando normalmente”, explica Renata.

Quando o assunto é a atracação dos navios, a responsabilidade é de Tassiana Pontes, que deixou a Pedagogia para atuar na Portos do Paraná. Graduada em Logística, ela lidera a equipe da Gerência de Navegação, responsável pela programação das escalas dos navios.

“Muitas vezes, quem vê de fora imagina que um navio chega e atraca automaticamente, mas não é bem assim. O berço precisa estar livre e o navio, devidamente liberado. A agência responsável cria o anúncio da embarcação no sistema, para que toda a comunidade portuária tenha conhecimento da chegada. Em seguida, são analisados documentos e outros requisitos até que possamos confirmar a atracação”, detalha Tassiana.

Renata complementa, brincando com uma confusão comum entre quem não é do setor: “Navios não ‘estacionam’ no porto. Nossa função é atracar as embarcações de forma otimizada, evitando que qualquer berço fique ocioso. Temos uma equipe pequena, mas muito proativa e comprometida”, destaca.

Monitoramento ambiental e dragagem
Outra área essencial para a eficiência do porto é a dragagem, atividade que mantém a profundidade necessária para a navegação segura. O trabalho envolve profissionais de diferentes setores, como Vader Braga, oceanógrafo com mestrado em Sistemas Oceânicos e Costeiros, e Thales Trevizan, gerente de Meio Ambiente.

Juntos, eles acompanham as empresas responsáveis pelo planejamento e operação da dragagem, além do monitoramento ambiental necessário para a realização do serviço.

“A dragagem consiste na remoção de material do fundo da baía para manter o calado necessário. Além disso, monitoramos a qualidade da água e dos sedimentos. Essa é a nossa via de acesso marítimo. Se não pudermos dragar, perdemos competitividade para outros portos”, alerta Braga.

Continuação da série especial
A movimentação portuária envolve uma complexa rede de profissionais e setores trabalhando de forma integrada. No próximo conteúdo da série especial 90 anos do Porto de Paranaguá, abordaremos o processo de carregamento e retirada de produtos dos navios, mostrando o papel de mais uma equipe essencial para a operação portuária.