Portos do Paraná iniciam o Planejamento Estratégico da Infraestrutura Marítima para as próximas décadas 01/06/2017 - 15:11

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) vai planejar a infraestrutura marítima dos Portos do Paraná para os próximos 20 anos.

A medida – inédita no país – foi formalizada com a publicação da portaria 202/2017 que visa a criação do Planejamento Estratégico da Infraestrutura Marítima do Paraná (PEIM). O documento tem como objetivo dar transparência para as ações de planejamento da infraestrutura marítima, de acordo com as demandas mercadológicas, técnicas e com a legislação ambiental.

A portaria também formaliza a criação de um Grupo de Trabalho (GT) formado por representantes das diretorias de engenharia e meio ambiente da Appa, Capitania dos Portos, Praticagem, Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá, Sindicato dos Operadores Portuários do Paraná (SINDOP) e Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP).

De acordo como diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino, a iniciativa visa detalhar em um documento todas as ações necessárias - a curto, médio e longo prazo - para manter e aperfeiçoar a infraestrutura marítima dos portos do Paraná, necessária para atender a frota atual e a frota de navios futura e por desdobramento promover condições técnicas para garantir a competitividade do agronegócio, da indústria e do comércio, do Paraná e do Brasil.

“O Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto Organizado (PDZPO), aprovado em 2012, é uma ferramenta que orienta e planeja a área terrestre do Porto até 2030. No entanto, o planejamento marítimo é peça fundamental e merece atenção especial, estabelecendo as premissas e divulgando a estratégia marítima do Porto de forma a possibilitar a todos os demais atores se programarem no sentido de melhorar a competitividade das operações. Por isso, pela primeira vez na história da Appa, propusemos uma ação conjunta com todos os setores envolvidos, possibilitando o aperfeiçoamento das ações desta administração e das futuras, sempre no sentido de melhor atender aqueles que se utilizam dos Portos do Paraná”, explicou Dividino.

Para ele, a participação das entidades, empresas e órgãos envolvidos na operação portuária permite ajuste fino nas ações em andamento, bem como apontem as tendências deste mercado, num cenário de curto, médio e longo prazo. “O plano precisa retratar a necessidade do mercado e as expectativas do nosso cliente, garantindo o diferencial competitivo que o porto de Paranaguá pretende manter para melhor atender”, reforçou Dividino.

Grupo de Trabalho – A primeira reunião do GT para a elaboração do Planejamento Estratégico da Infraestrutura Marítima do Paraná (PEIM) foi realizada nesta semana (30 de maio). As reuniões acontecerão semanalmente e o GT será responsável por propor, debater e consolidar todos os procedimentos e requisitos necessários para aperfeiçoar o Planejamento. Durante a reunião, foram apresentadas as atuais condições da Infraestrutura Marítima (trecho, comprimento, largura, profundidade, aprofundamento e calado) dos Portos do Paraná, desde o canal de acesso, bacia de evolução e berços de atracação, em Paranaguá, Antonina e Pontal do Paraná.

Entre os requisitos que deverão ser contemplados estão: a dragagem de regularização dos canais de acesso, bacia de evolução e áreas de fundeio dos Portos de Paranaguá e Antonina; Programa de Dragagem de Manutenção Continuado, dragagem de aprofundamento I (em andamento), plano de derrocagem dos maciços rochosas, plano de batimetria, plano de manutenção do balizamento e sinalização náutica, implantação do Sistema de Sensoriamento de Apoio ao Tráfego de Embarcações e Monitoramento dos elementos físicos afetos à navegação e ambientais, contratação do projeto de Dragagem II, novas adequações necessárias ao atendimento das novas embarcações e consolidação do Planejamento Estratégico da Infraestrutura Marítima do Paraná, a curto, médio e longo prazo.

Aprovação – O diretor Superintendente Comercial da TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), Juarez Moraes e Silva, disse que a comunidade portuária está comemorando a iniciativa da Appa. “É o primeiro passo para estabelecermos para o Brasil qual é o Porto que queremos em Paranaguá. Um Porto que é estratégico para a cadeia produtiva e o segundo porto do Brasil. Precisamos ter planejamento de infraestrutura marítima, com a contribuição de toda a inteligência do setor portuário de Paranaguá”, declarou Juarez.

Ele ressaltou que a infraestrutura marítima - que inclui as campanhas de dragagem em andamento – permite que Paranaguá possa receber os maiores navios. “A continuidade deste trabalho reflete em toda a cadeia produtiva, com a redução de custo e ganhos efetivos”, completou. “Temos que garantir que o Porto esteja preparado para o futuro e para receber de forma sustentável e segura os maiores navios do mundo”, finalizou.

João Paulo Barbieri, gerente da Centro Sul Serviços Marítimos, disse que esta é uma das ações mais relevantes que a Appa pode fazer pelo futuro dos Portos. “Daremos todo o apoio possível para este planejamento. É uma batalha difícil, mas a Appa está empenhada e o apoio de quem opera diretamente no mar é crucial”, relatou João Paulo.

José Paulo Fernandes, da Cattalini Terminais Marítimos, lembrou que a falta de planejamento impõe mais tempo e custo para as operações.

“Todos os atores envolvidos na operação portuária dependem de infraestrutura marítima para a sua eficiência. Então, o planejamento beneficiará o mercado como um todo”, disse José Paulo Fernandes.

GALERIA DE IMAGENS