Representantes dos caminhoneiros pedem apoio da APPA para conter roubo de carga na BR-277 24/02/2017 - 10:00

A diretoria da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) recebeu nesta quinta-feira (23), a visita de representantes do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado do Paraná (Sindicam-PR), do Sindicam-Paranaguá e da Federação Nacional dos Caminhoneiros (Fenacam).

O objetivo da visita foi pedir o apoio da Appa junto aos órgãos federais e estaduais, para inibir a prática criminosa da “vazada” - quando a bica dos caminhões é aberta visando o furto da carga mercadorias – e que vem ocorrendo no trecho urbano da BR-277, na entrada de Paranaguá.

“Nós estamos buscando o apoio da Appa no sentido de aumentar a segurança em trechos da BR-277 que levam ao Porto de Paranaguá, devido ao número de caminhoneiros que estão tendo suas cargas furtadas”, declarou o presidente do Sindicam – PR, Laerte Freitas. O Sindicato conta com 12.800 associados, todos caminhoneiros autônomos – que são donos dos veículos – em 399 municípios do Paraná.

O presidente do Sindicato explica que os caminhoneiros estão tendo prejuízos devido a este tipo de furto qualificado.
“O motorista sai da sua origem com uma quantidade de soja e dependendo da quantidade que é vazado do caminhão, o caminhoneiro nem chega a receber, ficando sem a remuneração pelo seu serviço”, disse Laerte Freitas.

O diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino, contou que recentemente representantes da Administração dos Portos reuniram-se, na Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp), para discutir ações conjuntas no entorno da área do Porto de Paranaguá, relativas a safra 2017.
“O grupo está avaliando medidas de segurança que devem ser tomadas para evitar a abertura de bicas dos caminhões. O objetivo é evitar o furto de cargas e as ações fazem parte da Operação Safra 2017”, ressaltou Dividino.


Início da safra - O crime chamado de “vazada” é uma prática que ocorre principalmente no período de início de safra, quando o fluxo de caminhões que chegam para descarregar em Paranaguá aumenta. Apenas entre os dias 01 de janeiro a 22 de fevereiro, 57.409 caminhões passaram pelo Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá.
As cargas mais visadas são grãos e fertilizantes. Normalmente, o furto ocorre durante a noite ou quando o caminhão está trafegando em baixa velocidade. Os criminosos rompem as bicas, que ficam na parte traseira, derramando parte da carga pela rua, muitas vezes sem que o motorista perceba. Imediatamente, outros recolhem e levam para depósitos clandestinos nas imediações do porto.

Para o presidente da Federação Nacional dos Caminhoneiros (Fenacam) e Presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de São José dos Pinhais, Plínio Dias, mesmo não sendo de responsabilidade do Porto a segurança nas rodovias, o apoio do setor portuário é fundamental.
“Soubemos que já houve uma união entre os órgãos de segurança responsáveis para evitar a ocorrência destes crimes que causam grandes prejuízos aos caminhoneiros. No entanto, precisamos que as operações de segurança sejam frequentes”, ressaltou Plínio Dias.

Também estiveram presentes na visita ao Porto, o vice-presidente do Sindicam-PR, Josemar Cunha Bueno e o presidente do Sindicam-Paranaguá, Gilberto Costa da Cruz.
Ação conjunta - No último dia 21 de fevereiro, equipes da Polícia Militar apreenderam 11 toneladas de fertilizantes e cerca de três toneladas de soja e cevada que estavam escondidas em um depósito. A ação faz parte de uma intensificação no policiamento feito pela PM nas proximidades do Porto para inibir a prática criminosa da “vazada”, quando a bica dos caminhões é aberta para o furto de mercadorias.

Em contrapartida, a Polícia Civil apreendeu cinco toneladas de fertilizantes em um barracão clandestino durante a Operação Tombador, no último dia 14 de fevereiro.
Em maio de 2015, a operação Rastro – coordenada pelo Departamento de Inteligência do Paraná (Diep), com apoio das Polícias Civil e Militar – apreendeu 35 toneladas de grãos desviados dos operadores portuários que exportam grãos pelo Porto de Paranaguá.

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