Reunião no Porto esclarece dúvida sobre ebola e define estratégias de prevenção 20/08/2014 - 17:00

   A Administração dos Portos do Paraná se prepara para organizar um exercício simulado de atendimento de emergência no caso de suspeita de infecção pelo vírus Ebola na área portuária. O treinamento prático será realizado junto com a Secretaria Municipal de Saúde, 1ª Regional de Saúde da Secretaria de Estado e Anvisa. A primeira reunião para definir a operacionalização deste simulado ficou agendada para amanhã (21), às 9h30, na Regional.

    A necessidade de se simular esse atendimento surgiu na tarde desta quarta-feira (20), em reunião convocada pela Appa, com representantes dos trabalhadores portuários para falar sobre o vírus Ebola. O objetivo da reunião foi ampliar a divulgação e esclarecer dúvidas em relação aos procedimentos de segurança contidos no Plano de Controle e Contingência, validado pela Organização Mundial da Saúde e repassado pela ANVISA, aos operadores portuários, no início da semana.

   O plano, como lembra o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino, define um protocolo a ser seguido em caso de suspeitas da doença. “Não existe nenhum alerta de caso ou suspeita no Brasil. Porém, estamos nos preparando. Nesse momento, a melhor maneira de fazer isso é com prevenção. E a melhor maneira de nos prevenirmos é com informação e atenção no nosso cotidiano do trabalho, principalmente aqueles que vão a bordo do navio”, afirma.

   Ainda de acordo com Dividino, o controle sanitário dos navios e do Porto fica a cargo da agência nacional – a Anvisa. No entanto, enquanto Autoridade Portuária, a Appa está assumindo o papel e a responsabilidade de dar apoio para que a agência possa atuar, no caso de emergência. Para isso, segundo ele, está se fazendo este alerta e amplificando as informações tanto para os trabalhadores portuários avulsos e demais pessoas que trabalham na área primária e têm contato direto com a tripulação do navio quanto para os funcionários internos da Appa.

   “Todos os cuidados são importantes, assim como é importante saber quais são e manter os canais abertos. Este é, principalmente a Anvisa, que está apta a receber a informação, em caso de suspeita na área portuária, e sabe como agir”, completa o diretor-presidente.

Plano
– Como exposto durante a reunião, o agente marítimo é o primeiro contato com a embarcação (que apenas está liberada para atracar e operar depois de vistoriada e autorizada, pelo documento de livre prática, pela Anvisa). Em caso de uma situação de risco, o protocolo a ser seguido é avisar imediatamente a Agência Nacional que aciona o Samu que, por sua vez, assume a remoção do doente (tripulante, no navio ou no cais) e deve encaminhá-lo – primeiro por lancha, se o navio estiver fundeado ou ao largo – e depois em ambulância até o Hospital Regional do Litoral.

    “Esse caminho deve ser bem reparado. Por isso a importância de se fazer o simulado. Vamos criar um grupo com a Appa, a Saúde (no município e no Estado, através da Regional), a Anvisa, a equipe do Samu e do Hospital Regional para operacionalizar isso e deixar todo esse trajeto bem preparado. Com o exercício prévio à emergência fica possível de se detectar falhas e corrigi-las a tempo”, afirma a Secretária Municipal de Saúde, Terezinha Flenik Kersten.

   A ideia do exercício foi acatada prontamente também pelo representante da Anvisa em Paranaguá, Rogério Lopes, que participou da reunião. “Se cada um fizer sua parte e seguir os procedimentos já determinados no Plano de Contingência, não tem como estarmos despreparados”, afirma.

Riscos
– Como apresentou na reunião o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino, apesar do alerta que vem sendo feito em relação aos riscos da entrada do vírus pelos portos brasileiros, em Paranaguá esse risco é pequeno. Segundo ele, de janeiro a julho, foram atracados 1.405 navios trazendo quase 28 mil tripulantes. De acordo com as origens, entre esses navios, apenas quatro embarcações foram provenientes de países como Serra Leoa, Nigéria e Libéria – ou seja, da área crítica.

   “Sabemos que o risco é pequeno, pois o total de embarcações vindas dos países afetados é menor que um por cento. Porém, nosso objetivo é trabalhar com risco zero, por isso que estamos enfrentando com informação dos trabalhadores e de toda a comunidade portuária”, conclui Dividino.

PRECAUÇÕES PARA QUEM TEM ACESSO ÀS EMBARCAÇÕES
1. Cuidados com contato direto com aqueles em zona de risco (aperto de mão, abraços, etc);
2. Evitar o uso de materiais de uso comum (copos, talheres, pratos, toalhas, etc);
3. Em caso de sinal suspeito (embarcados passando mal ou com sintomas suspeitos) informar às autoridades o mais rápido possível e evitar ao máximo o contato de casos suspeitos com outras pessoas.

O QUE NÃO FAZER EM CASO DE SUSPEITA

Não encaminhar casos suspeitos ao ambulatório da Appa;
Não utilizar a ambulância da Appa/OGMO (ou outra que não seja do Samu);
Não encaminhar o caso aos postos de saúde;
Não encaminhar a clínicas privadas;

COMO A APPA VAI PROCEDER
Cabe a APPA - Na existência de casos identificados pela ANVISA:
• Informar ao Vigiagro, Receita Federal, Polícia Federal, SEP e CPPR;
• Suspender a operação e garantir o isolamento da área onde o navio está atracado;
• Ofertar uma área para quarentena do navio;
• Informar as equipes de solo responsáveis pela limpeza e remoção de resíduos dos navios;

***Além disso, a Appa vai disponibilizar aos trabalhadores EPIs especiais como Mascaras N-95, Proteção facial, Jaleco de mangas compridas, Luvas e aventais impermeáveis.

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